Retrospectiva 2023: entre percalços e conquistas, Saúde do Vale do Taquari saiu unida e fortalecida

Região conseguiu grandes avanços em aproximação com o Estado.

717
Crédito: Jônatas dos Santos / Governo de Estrela

O ano de 2023 foi marcado por boas conquistas, mas também por desafios importantes na área da Saúde. Foi o ano em que o mundo se viu livre da pandemia de covid-19, em que o Brasil voltou a crescer em índices de coberturas vacinais e no qual a Anvisa aprovou o uso da tão aguardada vacina contra a dengue, que deve começar a ser aplicada a partir de 2024.

Também marcaram o ano as duas maiores catástrofes ambientais que o Vale já enfrentou, com as enchentes de setembro e novembro. Ambas afetaram em grande monta hospitais, postos e unidades básicas de Saúde em diversos municípios da região. Nessas fases, por outro lado, a comunidade do Vale do Taquari, do Estado e do País mostraram resiliência e capacidade de articulação, com recuperação praticamente imediata das casas de Saúde e grandes investimentos para os demais pontos do setor.

Este também foi o primeiro ano em que o grupo internacional Médico sem Fronteiras atuou na região, acelerando processos e compartilhando conhecimentos valiosos sobre ações em catástrofes. Da mesma forma, diversos profissionais da Saúde se uniram para prestar auxílio coeso aos atingidos.

A coordenadora regional de Saúde da 16ª região, Rafaela Fagundes, enfatiza a marca que as enchentes deixaram. “Além de perdermos equipamentos de saúde, medicamentos, imunobiológicos, perdemos muitas vidas. De imediato, trabalhamos para que as pessoas não ficassem sem seus medicamentos de rotina e demais insumos”, diz.

Apontou também a presença da Força Nacional do SUS, que junto ao MSF atuou de forma intensa com as equipes da região por muito tempo. “Sabemos que, em casos de perdas materiais, damos um jeito e repomos, mas e as vidas? Como estão as cabeças dessas pessoas que perderam seus entes queridos? Até mesmo suas casas? Por essa razão, intensificamos o trabalho psicossocial, com apoio de entidades acima mencionadas e demais áreas, como Defesa Civil, Educação, Meio Ambiente e Agricultura, entre outros”.

Ela entende que esse trabalho, com ligação em demais áreas, passa a ser fundamental para o acolhimento de pessoas que necessitam ser abraçadas após esses momentos de dificuldades. “Então, friso a importância desse trabalho para 2024, pois as condições climáticas seguirão instáveis até meados de maio. Criamos planos de contingência para desastres e acreditamos que, à medida em que tivermos que colocar os mesmos em prática, iremos nos respaldando e criando forças para enfrentar o que vier”, aponta. Ela enfatiza que a região está mais unida enquanto serviço público para amparar a população.

Traumato/Ortopedia

Rafaela cita também a conquista da referência em Traumato/Otopedia de alta complexidade para o Vale do Taquari, feito pelo qual se lutava há cerca de 30 anos. Salienta as reuniões com secretários municipais de Saúde e prefeitos, através da Amvat e Amat, visando unir forças dos 37 municípios do Vale e trazendo a referência ao Hospital Estrela oficialmente em abril.

“Foi inesquecível essa conquista, onde a união fez a força.” Também menciona o ambulatório de Traumato/Ortopedia habilitado no Hospital de Encantado, em média complexidade, auxiliando para a resolutividade de demandas reprimidas nesta especialidade.

Ela ressalta ainda a conquista de selos bronze, prata e ouro da Rede Bem Cuidar Atenção Primária – linha de cuidados ao idoso – para todos os municípios do Vale.

Dengue

Por último, cita a dengue como um dos maiores pontos negativos do ano. Pelo segundo ano consecutivo, a 16ª CRS esteve em primeiro lugar no ranking das regionais mais contaminadas. No período de sazonalidade de 2023 ocorreu metade do número de contaminações em comparação a 2022. Todavia, o número de óbitos dobrou, passando de 6 para 12.

“Estamos conscientes em manter o foco total para o combate ao Aedes aegypti, sensibilizando gestores municipais com relação a importância que a doença possui, juntamente realizando capacitações e emitindo boletins semanais para controle e monitoramento de números de casos”, pontua. E os dados mostram como a vacinação é urgente. No Brasil, os casos da doença aumentaram 15,8% no ano, com cerca de 1,6 milhão de registros e mais de mil óbitos.

- publicidade -