Com as cheias, propagação da leptospirose preocupa

Rio Grande do Sul tem quatro mortes confirmadas

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Falta de proteção e hgienização aumentam as chances de contaminação / Crédito: Divulgação

Os impactos das fortes chuvas ainda estão longe de ser esquecidos e ainda há muito a ser enfrentado. Além de todos esses transtornos e mortes, o Rio Grande do Sul enfrenta mais uma batalha em relação à saúde da população: a leptospirose.

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Transmitida pela urina do rato, a leptospirose matou quatro pessoas neste mês de maio. O primeiro óbito registrado é da cidade de Travesseiro. Trata-se de um homem de 67 anos. A segunda vítima é um homem de 33 anos, morador de Venâncio Aires, que teria mantido contato com a água da cheia que atingiu o município. O óbito ocorreu no dia 17 de maio, de acordo com a prefeitura. A morte de um residente da capital, de 50 anos, foi confirmada em 18 de maio e a do munícipe de Cachoeirinha, de 56 anos, dia 19. Todos os casos de morte por leptospirose foram confirmados após a análise do Laboratório Central do Estado (Lacen).

O que preocupa a região e todo o estado é a contaminação e propagação da doença diante do aumento de entulhos, lixos e a tendência de elevação das águas novamente. Os gaúchos ainda se deparam com o cenário de alagamentos, transbordamento de bueiros, córregos e muitos resíduos espalhado – cenário ideal para a proliferação de ratos.

No estado, são 29 casos positivos para leptospirose relacionados às enchentes. Os dados são da Secretaria de Saúde do RS a partir de notificações enviadas pelos municípios.

A contaminação é comum em situações de enchentes e inundações, quando as pessoas permanecem em contato prolongado com água ou lama contaminadas pela urina de ratos.

As prefeituras da região têm adotado medidas educativas em relação à doença. A Vigilância Sanitária de Teutônia trabalha com ações de prevenção à proliferação de ratos e propagação da doença. Segundo o coordenador da pasta, Evandro do Canto Borba, o setor se empenha em esclarecer às equipes de saúde os principais sintomas e formas de contágio. Em relação à população, a Vigilância Sanitária divulga informações a partir de cartazes em Unidades Básicas de Saúde (UBS), consultórios e chamamento em rádios da região.

Em Imigrante, a médica da Secretaria de Saúde da cidade, Mariá Pettine, alerta para os cuidados que a população deve tomar para evitar a doença e o que deve ser feito em caso de suspeita de infecção.

O vírus penetra no corpo pela pele, principalmente se houver alguma porta de entrada, como um corte ou arranhão, ressalta Mariá. No entanto, mesmo quem não tem lesões deve se prevenir, uma vez que a contaminação também pode ocorrer pelo contato prolongado da água contaminada com a pele sem ferimentos.

Sintomas, tratamento e prevenção

Os primeiros sinais da doença são semelhantes aos de um resfriado, com febre, dor de cabeça e no corpo, especialmente na panturrilha, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas). Também há falta de apetite, náuseas e vômitos. O período de incubação da leptospirose varia de 5 a 14 dias.

Se a pessoa teve contato com a água da enchente e apresentar estes sintomas, deve procurar o Centro de Saúde de referência do município e relatar a situação, para que receba o tratamento adequado.

A leptospirose é tratável, principalmente se diagnosticada logo, mas pode evoluir, em casos específicos, para formas mais graves, comprometendo os pulmões e os rins e causando a morte do paciente.

O tratamento da doença é feito com antibióticos específicos e, em casos mais graves, pode ser necessária internação hospitalar.

Para diminuir o risco de contaminação, deve-se lavar bem as partes expostas após o contato com a água da enchente, fazendo ainda uma higienização com álcool 70%.

No caso das pernas, calça comprida e sapato fechado não protegem adequadamente, pois podem ficar encharcados pelas águas. A população deve evitar entrar em contato com a água da enchente. Mas, caso seja necessário, é indicado proteger a pele com galochas ou sacos plásticos.

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