Atlético Gaúcho chega para o Intermunicipal como surgiu: com o apoio da comunidade

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Tradicional clube de Teutônia disputará o Intermunicipal 2025 / Crédito: Gabriely Hartmann Mallmann

Fundado em 11 de janeiro de 1992, o Atlético Gaúcho, do Bairro Canabarro, Teutônia, surgiu da vontade de criar um time para a Vila Ouro Verde. Após o projeto original não ser concretizado, a comunidade se uniu para formar uma nova equipe, adotando o vermelho e branco como cores e o nome “Atlético Gaúcho”. A inspiração veio de clubes renomados do futebol profissional, como Atlético Mineiro, Atlético Paranaense e Atlético de Madrid (Espanha), para dar uma nova identidade ao clube.

Um dos dirigentes e fundadores do Atlético Gaúcho, Edemundo Lima, lembra que o clube começou sua trajetória de forma humilde e impulsionado pelo apoio da comunidade. “Os jogadores carregavam o fardamento a pé até a Fazenda São José, em Paverama. Não tínhamos freezer para armazenar o gelo, então colocávamos os blocos em cima dos tachos para transportar”, recorda.

A estrutura atual do Atlético Gaúcho foi concedida pela Prefeitura de Teutônia. Edemundo esteve presente nesse momento e destaca o início da construção da praça esportiva, que contou com a participação de seu pai, Osvaldo Ribeiro de Lima.

“Recebemos a área verde e também o serviço de terraplenagem. Plantamos grama por grama no campo, utilizando carroças de bois e carrinhos de mão, sob sol, chuva e barro. Com o tempo, o solo cedeu, e usamos sementes de azevém, aveia e adubos. Meu pai construiu tudo isso e passou um ano inteiro aqui (na sede do Atlético) para ampliar a parte de pré-moldados que recebemos. Só faltou um sábado, quando não pôde vir”, relembra.

Paixão

O sentimento dos torcedores do Atlético é algo que os dirigentes valorizam e carregam consigo. O presidente do clube, Fernando Bauer, exalta a participação da comunidade, lembrando das partidas do mata-mata da Copa Vale do Boa Vista, quando, mesmo jogando fora de casa, a equipe recebeu grande apoio da torcida.

Com 10 anos dedicados ao Atlético, Fernando afirma sentir orgulho por fazer parte do clube e por ter sido campeão como jogador, treinador e torcedor. Ele também destaca que conheceu sua esposa no Atlético e menciona a tradição passada de geração em geração, com sua filha agora herdando a paixão pelo clube.

“Meu pai foi presidente, agora eu sou, e sempre buscamos pessoas de bem que queiram contribuir com a entidade. Se conquistarmos um título, ótimo, mas só o fato de estarmos aqui já nos motiva muito”, afirma.

Edemundo afirma que é difícil expressar em palavras o que sente pelo Atlético. “Procuro não me envolver tanto como antigamente, quando gritava, pulava, xingava todo mundo e subia na grade. Hoje sou mais calmo. Mas não há como descrever esse sentimento. O Atlético sempre vem em primeiro lugar. É como um filho para mim. São 33 anos cuidando de perto do clube que vi nascer, crescer e se desenvolver”, descreve.

Treinador da equipe Aspirante, Idair de Queiroz, que está há mais de 20 anos no clube e mora ao lado do estádio, destaca seu orgulho, emocionado. “Fiquei um tempo afastado, mas voltei. Hoje, eu e o Fernando nos ajudamos mutuamente. Sinto muito orgulho de fazer parte do Atlético. Como todos dizem, é uma vida”, reforça.

Sustentabilidade

O Atlético Gaúcho ainda depende do apoio da comunidade local, contando com patrocínios do comércio do bairro e com o trabalho voluntário dos moradores. Fernando ressalta que manter o clube em boas condições é um grande desafio e que a participação em campeonatos no segundo semestre ainda está em análise.

O time depende da continuidade do Intermunicipal e das condições que a Aslivata vai propor aos clubes. Se forem mantidos os mesmos moldes da temporada passada, é provável que o Atlético não participe de nenhum campeonato no restante do ano. “Dessa forma, podemos nos preparar melhor para o Intermunicipal de 2026, garantindo uma reserva financeira e uma estrutura mais sólida”, explica.

Para viabilizar a manutenção do clube e evitar depender exclusivamente dos patrocínios, Bauer reforça a necessidade de promover eventos e ações que gerem recursos para melhorias na sede e na infraestrutura do time.

Intermunicipal

Com a base da equipe formada pelos Aspirantes da temporada passada, o Atlético Gaúcho continua apostando em jogadores da casa e do próprio Bairro Canabarro.

“Nosso foco é promover os meninos do Aspirante. Claro que temos seis jogadores de fora selecionados, mas queremos valorizar quem realmente deseja jogar e honrar nossa camisa. Entre 10 e 15 jogadores do elenco são moradores daqui mesmo”, destaca Fernando Bauer.

O elenco dos Aspirantes ainda está sendo montado e a divulgação aguarda a análise de novos talentos que possam surgir. O clube pretende esperar mais alguns dias para evitar equívocos e aproveitar novas oportunidades.

Outro desafio é a falta de pessoas para trabalhar nos bastidores do Atlético Gaúcho. Bauer admite que essa pode ter sido uma falha da diretoria nos últimos anos, mas ressalta a dificuldade de encontrar voluntários dispostos a colaborar.

Para fortalecer a gestão do clube, o ex-dirigente do Canabarrense, Sérgio Grano, se juntou à comissão técnica do Atlético. Ele reconhece o desafio, mas também expressa seu orgulho por integrar a equipe.

Conquistas

Ao longo de sua história, o Atlético Gaúcho conquistou quatro títulos municipais de Teutônia na categoria Titulares e cinco na categoria Aspirantes.

Em outras competições, o Atlético teve outros quatro títulos. Pelos Titulares, foram a Taça Integração Sicredi (2008) e a Copa Vale do Boa Vista – Série B (2012). Já pelos Aspirantes, o clube venceu na Copa Via Esporte Rema Troféus (2017) e na Copa Vale do Boa Vista (2024).

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