O Esporte Clube Poço das Antas, tradicional clube de futebol amador da região, se prepara para mais uma edição do Intermunicipal, com a “fé” no apoio da comunidade e nas reformas em andamento para garantir sua sustentabilidade.
Fundado em 22 de maio de 1956 como “Sociedade Esportiva Cultural e Recreativa Poço das Antas”, teve como primeiro presidente João Inácio Steffens.
Nos anos 1950 e 1960, muitos clubes foram criados na região. Na época, Poço das Antas ainda pertencia a Montenegro, e a fundação do clube foi um processo natural, como em outras comunidades.
O escritor Roger Luiz Brinkmann destaca que, naquela época, não havia muitos campeonatos organizados. Silvério Brinkmann, ex-presidente, conta que a maioria dos jogos nos anos 60 e 70 eram “amistosos” (entre aspas, pois há relatos de confusões), quase sempre contra times do interior de Montenegro. Também teve o período de pertencimento a Salvador do Sul, antes de Poço das Antas tornar-se completamente independente.
Emancipação e crescimento
A emancipação de Poço das Antas, em 1988, foi um marco. No ano seguinte, começaram as reformas na praça esportiva, principalmente com o cercamento do campo, concluído em 1992. A partir dos anos 90, o clube passou a disputar mais campeonatos regionais.
William Franke, ex-jogador e atual presidente, lembra como a relação com a comunidade sempre foi forte. “Na minha época, o futebol era a diversão. Com 7 ou 8 anos, já estávamos jogando ou assistindo aos jogos com grupos de amigos e pensando em jogar”, conta.
Conquistas
Para Roger, um torneio marcante foi a Taça da Amizade de 1999, quando o clube chegou à final contra o Flamengo de Westfália. Embora o título não tenha sido conquistado, a mobilização da comunidade fortaleceu o clube, que conquistou o Campeonato Municipal de Poço das Antas em 2000.
Outro título lembrado é o da Segunda Divisão do Campeonato Municipal de Teutônia, em 2002. A final contra o Cruzeiro teve um terceiro jogo emocionante, decidido nos pênaltis, com Ademir Schneider convertendo a cobrança do título.
Em 2017, a equipe de aspirantes venceu a Taça da Amizade, e o título mais recente foi a Copa Via Esporte de 2022, exatamente 20 anos após a conquista de Teutônia.
Cobrança de pênalti do Ademir que deu o título para o Poço em 2002
Crédito: Arquivo Pessoal / Divulgação
Intermunicipal e desafios
O clube se prepara com cautela para o Intermunicipal, ciente das dificuldades. “A cada competição, fica mais difícil encontrar jogadores. Muitos atletas saem para jogar fora, o que limita nossas opções”, explica William. Ele também destaca o impacto da mudança no regulamento, que exige mais atletas locais.
Nomes como Capela e Gardenal são algumas apostas do elenco, mas a equipe titular ainda está sendo ajustada.
William destaca a conquista da Copa Via Esporte de 2022 como um de seus momentos mais marcantes, mas também relembra a eliminação na semifinal contra o Boavistense na Taça da Amizade, que teve grande público no estádio.
Apesar dos desafios, o Poço das Antas segue firme. “Quando não tem campeonato, fazemos eventos para manter o clube ativo. Churrascos, bailes, e a galera sempre apoia”, comenta William.
Com dificuldades financeiras e estruturais, o clube segue se reinventando. Desde que assumiu a diretoria em 2022, William tem o sonho de deixar um clube mais estruturado para as próximas gerações. “Quero que o Poço das Antas continue sendo um espaço de lazer e futebol para o futuro”, conclui.
Rivalidade com o 11 Amigos
Poço das Antas e 11 Amigos fazem parte de uma das mais acirradas rivalidades dentro e fora de campo da região. Porém, William aponta que os atletas mais jovens não se sentem tão desconfortáveis para trocar de lado. “Como temos essa dificuldade em ter atletas da casa, uma das soluções que teríamos seria unir forças entre os clubes, mas por conta da forte rivalidade é um assunto muito delicado e muitas pessoas não iam aceitar”, afirma.
