
Os moradores do lado Leste da ERS-128 (Via Láctea) e da própria Várzea entre os bairros Languiru e Teutônia esperam por uma solução para um problema criado desde a construção da rodovia e inauguração em 1985. O aterro existente junto à ponte sobre o Arroio Boa Vista causa uma verdadeira “represa” e impede um escoamento melhor das águas nos dias de enchentes – como em outubro de 2000, maio de 2024 e outros momentos.
Marco Post reside desde a infância às margens da rodovia e viu a água atingir a antiga casa dos pais e a sua própria residência na catástrofe de maio do ano passado. Relembra falas do avô de que os problemas com enchentes começaram após a construção do aterro para a rodovia. Ele também cita famílias – Birkheuer e Wiebusch – que moram na Várzea muito antes da existência da Via Láctea e também recordam da “piora da situação” com o represamento das águas após o aterro construído há 40 anos.
A propriedade de Post fica junto à foz do Arroio Harmonia no Arroio Boa Vista. Pouco antes, o Arroio Harmonia ainda recebe as águas do Arroio Schmidt (Westfália) e chega com forte correnteza na foz, atingindo diretamente o aterro no lado Norte da ponte. “Tem muita correnteza aqui. Mostramos para os técnicos e autoridades, mas até agora nada aconteceu. E também vimos a limpeza dos arroios em outras cidades. Por que aqui não estão limpando? O leito precisa de limpeza”, comenta o morador.
Ele levou a reportagem até a base da ponte para mostrar as avarias e também indicar sugestões. A principal expectativa é “abrir o vão da ponte” para permitir um melhor escoamento da água em dias de enchentes. A expectativa é por uma limpeza sob a ponte, com a remoção de excesso de terra e vegetação.
Quanto ao restauro do buraco ao lado da ponte, o morador espera que a EGR faça um trabalho adequado e não simplesmente recoloque pedras e terra, passíveis de novo carregamento na próxima enchente. “Pela força da correnteza, precisa de um muro de concreto para contenção”, sugere.
Árvores caídas e arrastadas demonstram a força das águas em maio de 2024. Naquela ocasião, a ponte do Arroio Boa Vista chegou a ser interrompida para o tráfego de veículos por cerca de 24 horas, devido ao alto nível das águas. A fúria das águas causou apreensão quanto a avarias, descartadas posteriormente pela EGR.