A partir da primeira rodada do Campeonato Brasileiro 2025, uma nova regra sobre o tempo de posse de bola dos goleiros entrará em vigor. A Federação Internacional de Futebol Associação (Fifa) autorizou a Confederação Brasileira de Futebol a antecipar a mudança, que originalmente só seria aplicada no meio do ano. Com isso, a contagem de tempo para os goleiros segurarem a bola será ampliada de 6 para 8 segundos.
A regra dos 6 segundos, frequentemente ignorada pelos árbitros, prevê um tiro livre indireto dentro da área caso o goleiro ultrapasse o tempo permitido. No entanto, segundo o árbitro Rafael Klein, a Fifa entende que essa punição é severa, pois a chance de resultar em gol é alta. Para evitar essa situação, a nova regulamentação aumenta o tempo permitido para 8 segundos e altera a penalização: caso o goleiro exceda esse limite, o adversário terá direito a um escanteio, e não mais a um tiro livre indireto dentro da área.
A estreia da regra será no início do Campeonato Brasileiro. “A Fifa já autorizou a CBF. A regra inicia agora no fim de semana. Em tese, isso só valeria a partir da metade do ano, mas a autorização já foi concedida e o livro de regras já está totalmente traduzido para o português”, aponta.
O tempo começará a ser contado a partir do momento em que o goleiro tem posse da bola, ou seja, quando a segura com as mãos ou mantém contato com ela no solo. Os três primeiros segundos serão contados mentalmente pelo árbitro, enquanto os cinco restantes serão sinalizados com a mão, semelhante ao futsal.
A regra não se aplica a tiros de meta, apenas quando a bola estiver em jogo e sob posse do goleiro. A expectativa para Rafael e também o árbitro, Fernando Henz, é que a mudança traga mais dinamismo ao jogo, evitando retenções excessivas de bola e tornando a arbitragem mais clara para jogadores e torcedores.
Porém, Rafael Klein explica que retardar a saída de jogo em um tiro de meta pode resultar em cartões. “O atraso na reposição de bola em tiros de meta, como demorar para bater ou secar a luva, continua sendo tratado como cera, podendo resultar em cartão amarelo e, em caso de reincidência, expulsão”, comenta.
Outras alterações
Outra mudança importante envolve a bola que bate no árbitro. Antes, a posse era devolvida ao último jogador que tocou na bola. Agora, a arbitragem precisará avaliar a jogada: se a bola mudaria sua trajetória e beneficiaria o adversário, a posse será concedida a quem ficaria naturalmente com a bola. Essa alteração exige maior atenção da equipe de arbitragem para garantir justiça nas partidas.
Além disso, a Fifa estuda uma mudança na regra de pênaltis que envolvem “bitoque” – quando o jogador toca duas vezes na bola involuntariamente, geralmente por escorregar na hora da cobrança. Hoje, esse lance anula o gol, mas há discussões para que o atleta tenha uma nova oportunidade de cobrar o pênalti. “A ideia é permitir que o jogador tenha uma nova oportunidade de bater o pênalti, pois, na prática, ele não tem vantagem ao cometer essa infração, já que perde a cobrança na maioria das vezes”, afirma Klein.
Ele também enaltece que a Fifa está avaliando e analisando questões que visam melhorar a qualidade do futebol mundial.
Assista a entrevista completa: