Festival Popular da Canção: inspirado por memórias e sonhos de juventude

Evento promovido pelo Grupo Popular de Comunicação chega à quinta edição. Inscrições encerram no dia 15 deste mês

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Jefferson Machado foi vencedor da primeira edição do Festival Popular da Canção / Crédito: Arquivo FP

Com a proposta de valorizar e incentivar talentos locais, surgia, em 2019, o Festival Popular da Canção. Promovida pelo Grupo Popular de Comunicação e realizada por Brentano Projetos e Eventos Culturais, a programação cultural chega à quinta edição com novidades: a categoria Infantil, voltada para crianças e jovens de 9 a 13 anos de idade.

O evento já está consolidado no calendário regional como uma das principais iniciativas culturais, especialmente na área do canto. Após a primeira edição em formato presencial, a segunda, em 2020, foi realizada em formato de live, em virtude da pandemia de covid-19. Sem edição nos anos de 2021 e 2022, o Festival Popular da Canção foi retomado de forma presencial em 2023 e, desde então, seguiu anualmente.

Em 2019, os vencedores da primeira edição foram Jefferson Machado (em memória), na categoria Livre, e Jaqueline Driemeyer na Juvenil. Em 2020, Douglas da Silva Bello (Livre) e Kaylany Carvalho de Mello (Juvenil) foram os vencedores. Na terceira edição, em 2023, os primeiros lugares foram para Taís Prinz Cordeiro (Livre) e Yasmin Simsen (Juvenil). Já em 2024, Tainã Carolini Pedroso Pacheco foi a vencedora da Livre e Vitória Schulz Musskopf, da Juvenil.

Campeões das categorias Juvenil e Livre da edição de 2024 / Crédito: Arquivo FP

As inscrições para a quinta edição seguem abertas até o dia 15 deste mês, pelo site www.popular.fm.br. São três categorias para inscrição: Infantil – 9 a 13 anos; Juvenil – 14 a 17 anos; e Livre – 18 anos ou mais. As vagas são limitadas a 50 participantes.

O 5º Festival Popular da Canção conta com o patrocínio de American Nutrients, Certel e Sicredi Ouro Branco RS/MG. O apoio é de Colégio Teutônia e Protepac.

Um eterno campeão

Jefferson Machado será lembrado, para sempre, como o primeiro campeão do Festival Popular da Canção. Ao fim de janeiro de 2023, o artista não resistiu a um acidente de trânsito na RSC-453 (Rota do Sol) e deixa saudades eternas e marcas no meio musical.

Éberson Silva da Silva, o “Batata”, era amigo e compadre de Jefferson. “Ele já vinha em uma crescente, desenvolvendo bem a sua maneira de cantar. Na época, me recordo que estava surpreso com o primeiro lugar no Festival Popular da Canção. Estava muito feliz, e dali para frente começou a se destacar bastante nos Vales”, recorda.

O também músico vê que, com a vitória, Jefferson automaticamente incentivou muitos outros cantores da região a participarem e investirem na música. “Ele era um grande amigo e estava seguidamente na minha casa, gravando suas músicas. Brincalhão e piadista, este era o Jefferson. Quanta saudade”, comenta Batata.

Éberson participou do 3º Festival Popular da Canção no ano de 2023. Na final, homenageou Jefferson Machado com a música “Digitando”, que soma mais de 125 mil visualizações no YouTube. “Foi uma oportunidade de homenagear a memória deste grande amigo”, diz.

Batata homenageou Jefferson Machado na edição de 2023 / Crédito: Arquivo FP

Oportunidade aos talentos
Um dos idealizadores do festival, Silvio Brune relembra que a inspiração veio das memórias da juventude. “No fundo, eu queria dar oportunidade para talentos”, afirma. Ele cita os festivais populares da canção promovidos por grandes emissoras de rádio e TV nas décadas de 1960 e 1970, como aqueles da Record e da Tupi. “De lá brotaram tantas músicas que ficaram vivas ao longo de 50, 60 anos. Grandes clássicos da música brasileira”, comenta.
Entre as composições que mais o marcaram, Brune destaca “Disparada”, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, interpretada por Jair Rodrigues, e “A Banda”, de Chico Buarque. “Aquilo marcou. Rádio de pilha, escutando, assistindo na televisão, torcendo”, recorda. Essas experiências ajudaram a moldar o espírito do festival: música com letra, com mensagem, que permanece.

Idealizador e diretor do Grupo Popular


A ideia ganhou força quando Brune convidou Marcelo Brentano para encabeçar a organização da proposta. “Eu tenho uma sugestão para ti: cria e realiza o projeto do Festival Popular da Canção”, relembra Silvio. Brentano aceitou o desafio, somou esforços com Mateus Brune “Karamelo”, e, os três juntos deram forma à primeira edição do evento, realizada em 2019.
Desde então, o festival cresceu, superou obstáculos e expandiu para além de Teutônia, envolvendo músicos e compositores de diversos municípios da região. Mesmo com as dificuldades de financiamento, comuns à cultura, o evento encontrou apoio na comunidade e em parceiros engajados.

“O que me satisfaz é ver crianças, jovens e até pessoas de mais idade subindo no palco, podendo se expressar e cantar. Isso me fascina”, afirma Brune. Ele revela que seu propósito alcançou o objetivo. “Foi além, transcendeu as fronteiras de Teutônia”, completa.
Além da valorização da música autoral, o festival também carrega valores de confiança, acolhimento e compromisso com a cultura local. Silvio destaca que a marca Popular e a paixão pela arte foram fundamentais para manter o evento vivo e pulsante.

Dar palco e voz a talentos locais

Também idealizador do projeto, Mateus Brune recorda que a principal motivação do Festival Popular da Canção sempre foi oferecer aos artistas, em sua maioria, amadores, a oportunidade de subir em um palco profissional, acompanhados por uma banda de alto nível, resgatando o espírito dos grandes festivais de antigamente.

“Com o passar dos anos, tanto o evento quanto as pessoas envolvidas ganharam maturidade. Isso se refletiu naturalmente em mais organização, melhor estrutura técnica e uma curadoria cada vez mais cuidadosa, elevando a qualidade do festival como um todo”, aponta.

Brune acredita que dar palco e voz a talentos locais gera um efeito multiplicador, com familiares, amigos e moradores engajados, fortalecendo o senso de comunidade. “Para muitos artistas antes desconhecidos, o festival é a primeira vitrine séria na qual podem revelar sua vocação musical, e, quem sabe, abrir caminho para uma carreira futura”, acrescenta.

Idealizador do projeto

Marcelo Brentano apoia e incentiva a programação desde a primeira edição. Ele vê que os maiores desafios, ao longo das cinco edições, estão relacionados à busca constante por qualidade, especialmente na parte estrutural e técnica. “Desde o início, temos nos dedicado a aprimorar o som, a infraestrutura e a própria banda do festival, que se melhora a cada ano para oferecer uma experiência musical de alto nível”, comenta.

Outro desafio foi ampliar os critérios de participação. “No início, apenas artistas de cidades limítrofes a Teutônia podiam participar. Ao longo do tempo, fomos expandindo as fronteiras até permitir que qualquer pessoa do Brasil pudesse se inscrever. Essa abertura exigiu adaptações na organização, curadoria e logística, mas foi fundamental para democratizar ainda mais o acesso e enriquecer a diversidade musical do evento”, complementa, Brentano. Ainda, manter parcerias e patrocínios é essencial para garantir recursos que permitam inovar e sustentar a qualidade que o público e artistas esperam.

Brentano vê expectativas promissoras para o futuro, uma vez que, a cada edição, a comissão organizadora busca novas formas de tornar o evento mais inclusivo, democrático e representativo. “Este ano, com a criação de três categorias, o festival ficou ainda mais equilibrado e justo, permitindo que diferentes perfis de artistas encontrem seu espaço. Isso nos desafia a acompanhar as transformações do cenário musical, acolhendo tanto as novas tendências quanto os talentos tradicionais”, avalia.

O festival, segundo ele, seguirá sendo uma plataforma importante para dar vez e voz aos artistas, principalmente àqueles que nunca tiveram a oportunidade de cantar acompanhados por uma banda ao vivo, com estrutura profissional. “Para muitos, é a realização de um sonho. E é por isso que sempre digo: o Festival Popular da Canção é algo fantástico, pois transforma vidas, promove encontros e faz da música uma ponte de oportunidades”, conclui.

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