Indústrias de Imigrante ampliam atuação internacional

Gota Limpa e Hassmann consolidam presença no exterior com estratégia, inovação e adaptação aos mercados globais

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Na Hassmann, 75% dos produtos fabricadas têm como destino os Estados Unidos / Crédito: Divulgação

Duas indústrias sediadas em Imigrante se destacam pelo protagonismo no mercado internacional. A Gota Limpa e a Hassmann ampliam negócios fora do Brasil, com estratégias bem estruturadas de internacionalização que superam desafios logísticos, culturais e geopolíticos.

CEO da Gota Limpa, Camile Bertolini Di Giglio retornou recentemente de uma missão empresarial em Londres, na Inglaterra, e em Amsterdã, na Holanda. Na capital holandesa, ela participou como expositora da PLMA, a maior feira de marcas próprias do mundo, no espaço ApexBrasil.

Segundo ela, a experiência reforça o avanço da empresa, que, além do mercado europeu, também atua na África e América Latina. “Atendemos e prospectamos clientes de países como França, Itália, Ucrânia e Holanda. Inclusive, fechamos uma parceria com uma cliente da Espanha em negociação há 7 anos”, relata.

O processo de internacionalização da Gota Limpa inclui planos concretos para abrir uma filial na Europa.

Já os produtos da Hassmann têm nos Estados Unidos o seu principal destino. O país da América do Norte é responsável por 75% das exportações da empresa, que também comercializa para Alemanha, Argentina e outros países da Europa e América Latina.

De acordo com o gerente administrativo, Augusto Hassmann, a motivação para exportar veio da busca por diversificação e receita em moeda forte, além da possibilidade de hedge cambial para compras de equipamentos importados. “Para se consolidar no mercado externo, é preciso alta performance em qualidade e prazos. Os volumes são grandes, mas os preços são muito agressivos. Não há margem para erro”, destaca.

A indústria conta com operação logística própria na Flórida (EUA) e participa de feiras como a Fastener Fair. Também investe em relacionamento próximo com clientes e adaptação cultural, mesmo sem mudanças específicas nos produtos, que já seguem normas internacionais.


CEO da Gota Limpa, Camile Bertolini Di Giglio integrou recentemente missão empresarial na Inglaterra e Holanda / Crédito: Divulgação

Desafios e oportunidades

Desde março de 2025, os produtos da Hassmann passaram a sofrer taxações de 50% nos Estados Unidos, reflexo de políticas protecionistas iniciadas na gestão de Donald Trump. Conforme Hassmann, a medida tirou competitividade frente a fornecedores locais e de países com taxas menores. “Não conseguimos repassar esse custo imediatamente, o que impacta diretamente nosso caixa”, detalha.

Ainda assim, a empresa projeta crescimento. Uma nova planta industrial está em construção com foco no mercado externo, com previsão de gerar cerca de 30 empregos diretos a partir de 2026. “Nosso objetivo é que as exportações passem a representar 25% do faturamento. Já deveríamos ter alcançado esse percentual, mas a taxação atrasou esse avanço”, completa.

Conforme Camile, a inserção em novos mercados exige adaptações profundas, em especial no caso de produtos voltados para o consumidor final. “Precisamos entender os hábitos de consumo de cada país. Além disso, existem barreiras como idioma e cultura”, ressalta.

Outro desafio enfrentado por indústrias brasileiras com atuação no exterior é a competição com empresas de países que oferecem mais incentivos. Cita como exemplo a China, onde o governo financia exportações e garante o pagamento mesmo quando o cliente internacional atrasa. “Aqui, a própria indústria financia a venda, o que nos coloca em desvantagem competitiva”, completa Camile

Oportunidades no mercado global

Os diretores das duas empresas destacam que o caminho da internacionalização exige preparo, paciência e investimento, mas também representa grandes oportunidades para as empresas da região. “O processo leva tempo, mas os resultados vêm com dedicação e parcerias certas. É preciso coragem para começar”, aponta Augusto Hassmann.

Conforme Camile, apesar dos desafios, os produtos do Brasil têm alta procura no mercado externo, o que representa grandes oportunidades. Os dois empresários se colocam à disposição de outras empresas com interesse em explorar o mercado internacional.

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