Languiru já quitou 44% da dívida com credores

Informação foi repassada aos associados na Assembleia Extraordinária realizada nesta terça-feira (15/7).

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Estiveram presentes no encontro 92 associados, dos quais 65 ativos. Crédito: Thiago Maurique

Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (15/7), os associados da Cooperativa Languiru aprovaram a prorrogação da liquidação extrajudicial por mais 1 ano. Ao todo, 92 associados, dos quais 65 ativos, estiveram presentes no encontro, que também validou a permanência do presidente liquidante Paulo Roberto Birck e dos atuais membros do Conselho Fiscal.

Advogado responsável pelo processo, Evandro Weisheimer ressaltou os ganhos jurídicos da prorrogação. “A manutenção da liquidação nos dá uma condição jurídica estável para conduzir o chamado concurso coletivo de credores. Isso nos permite organizar os pagamentos de forma mais segura, manter a ordem nas tratativas e evitar o colapso da estrutura financeira da cooperativa”, explicou.

Superintendente administrativo e financeiro da Languiru, Gustavo Marques aponta que os números atualizados demonstram progresso significativo nas contas da Languiru. Segundo ele, o saldo inicial da liquidação, apresentado em 2023, era de R$ 1,117 bilhão e, até 30 de junho de 2025, foram negociados R$ 490,3 milhões em dívidas com 776 credores.

“Desse montante, R$ 217,1 milhões já foram quitados, o que representa 44% do valor negociado. Esses recursos foram liquidados por meio de dações em pagamento ou quitação direta”, detalhou. Marques acrescentou que mais 45 credores aderiram ao plano apenas nos primeiros 14 dias de julho, reforçando a tendência positiva de adesão.

O presidente liquidante da Languiru afirma que a prorrogação aprovada em assembleia permitirá que a cooperativa siga em busca da composição de pagamento com os 56% restantes. “O objetivo é alcançar 100% da negociação ainda no próximo período, o que permitirá retomar atividades com mais fôlego”, afirmou.

Entre os associados, a avaliação também foi otimista. Círio Klafke, líder de núcleo e cooperado há anos, expressou esperança renovada: “A assembleia foi muito clara. Fomos enganados no passado, mas hoje estou confiante de que a Languiru vai se reerguer”, ressalta. Klafke acredita que os associados poderão ver a cooperativa funcionando plenamente em um prazo de 1 a 3 anos.

Frigorífico de suínos

Paulo Birck reforça o papel da venda da planta frigorífica de suínos, localizada em Poço das Antas, no processo de recuperação da Languiru. Atualmente desativada, a estrutura está preservada, com todos os equipamentos montados e apta a retomar a operação após manutenções básicas.

Segundo ele, empresas que demonstraram interesse antes mesmo do início da liquidação extrajudicial continuam acompanhando a situação e novos interessados surgiram desde então. “Se conseguirmos os R$ 167 milhões previstos na avaliação inicial, o impacto será duplo. Primeiro, o reforço imediato para pagamento de credores e capacidade de reinvestimento na cadeia produtiva, que está em atividade”, aponta.

Para Birck, a venda do frigorífico representa uma possibilidade concreta de alavancar a retomada do crescimento. Parte dos recursos seria direcionada para a ampliação da cadeia de aves, que já opera com resultado positivo e mercado estabelecido. “Esse incremento traz mais faturamento, fortalece a captação de leite e amplia a distribuição de rações, dois pilares importantes que queremos sustentar e expandir”, detalhou.

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