5º Festival Popular da Canção apresenta um palco de emoções e novos talentos

Classificados têm duas semanas para ensaios e preparativos à grande final, no dia 23 de agosto

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Eliminatórias deixam lições e experiência para candidatos com novas oportunidades na música / Crédito: Anderson Lopes

O Colégio Teutônia foi palco de duas noites repletas de música, emoção e talento durante a etapa classificatória do 5º Festival Popular da Canção. O evento, que já se consolida como um dos mais importantes da região, reuniu jovens cantores, familiares e admiradores da música em uma celebração artística que antecede a grande final, marcada para 23 de agosto, a partir das 19h, no mesmo local.

Com uma organização impecável e uma plateia animada, o festival destacou-se não apenas pela qualidade das performances, mas também pelas histórias de dedicação e superação que cada participante carrega. A diversidade de estilos e idades mostrou que a música é uma linguagem universal, capaz de unir gerações e inspirar futuros artistas.

Laura Dalmás: “Música é técnica, mas também é alma”

Entre os jurados, a experiente Laura Dalmás se destaca não apenas pela sua trajetória musical, mas pela forma calorosa com que avalia cada participante. Laura é cantora e compositora gaúcha, conhecida por sua participação na quinta temporada do programa The Voice Brasil. Além disso, ela é vocalista da banda “Cabelo Cacheado” e canta profissionalmente desde os 12 anos. Laura também se destaca por suas apresentações em casamentos, eventos sociais e corporativos, e por suas turnês pela Europa, levando sua música para diversos países.

“Estou maravilhada com o nível deste ano. Essas crianças e jovens não estão aqui por acaso – eles trazem uma maturidade artística impressionante”, afirma Laura. Ela ressalta que o festival cumpre um papel social crucial. “Muitos pensam que música é só talento inato, mas é trabalho duro. Aqui, eles aprendem a lidar com nervosismo, a se preparar e a ouvir críticas. Isso é formação para a vida, não apenas para o palco.”

Questionada sobre o que separa um bom cantor de um grande artista, ela é categórica. “Tem que ter técnica, claro. Afinação, ritmo e respiração. Mas, o diferencial está na interpretação. Você pode ter a voz mais bonita do mundo, mas se não contar uma história, não emociona”, ensina.


A jurada Laura Dalmás tem vasta experiência e aconselha eliminados a irem atrás do sonho / Crédito: Anderson Lopes

O desafio da eliminação: “Não é um fim, é um começo”

Laura sabe que, em um festival competitivo, muitos não chegarão à final. Seu conselho? “Se não passarem, que não desistam. Música é como um esporte, exige treino. Estudem teoria, façam aulas, ouçam muitos estilos diferentes. E, principalmente, vivam a música – porque quem não sente, não transmite”, comenta.

Incentivo das famílias unidas pela música

Nos bastidores, era possível sentir a energia das famílias, que acompanhavam cada detalhe das apresentações. Robert Guedes, pai da candidata Laura Guedes (12 anos), não escondeu o nervosismo e o orgulho ao falar da filha. “Fico mais ansioso do que ela! Mas é uma alegria vê-la se desenvolvendo, perdendo a timidez e se soltando no palco. Isso é importante não só para a música, mas para a vida dela como um todo”, confessa.

Laura Guedes, que canta desde os 5 anos, já participou de diversos festivais nativistas e populares. Desta vez, escolheu uma canção Velha Roupa Colorida, de Belchior, pela carga emocional e pela liberdade que a música proporciona no palco. “Eu amo essa música. Ela me permite me expressar e explorar o espaço, me conectando com o público”, explicou a jovem artista. E cita um trecho a canção: “você não sente, nem vê, mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo. Que uma nova mudança em breve vai acontecer. E o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo. E precisamos todos rejuvenescer”.


Laura Guedes (12), canta desde os cinco anos e já participou de diversos festivais nativistas e populares / Crédito: Anderson Lopes

Já Gregory Müller, pai de Mateus, que formou uma dupla com a colega Isabela Tramontina, contou como o projeto dos dois surgiu inspirado em Sandy & Junior. “Eles se conheceram em festivais e criaram uma amizade musical. Ano passado, decidimos colocá-los juntos no palco, e foi um sucesso. Já fizemos shows para mais de 400 pessoas em Santo Antônio da Patrulha, e temos agendas futuras confirmadas”, revelou.

Mateus, que desde os 2 anos demonstra aptidão para a música, teve o apoio de professores e da família para desenvolver seu talento. “A música está no sangue da nossa família. É gratificante ver ele e a Isabela crescendo juntos nesse projeto”, completou Gregory.

Estrutura e organização foram diferencial do festival

Além das performances, o festival foi elogiado pela qualidade técnica e logística. A banda de apoio recebeu destaque por sua segurança e sintonia com os participantes. “Os ensaios foram bem conduzidos, e a equipe soube guiar as crianças com profissionalismo. Isso faz toda a diferença”, afirmou Gregory.

A interação entre as famílias e o clima descontraído também foram pontos altos. “É incrível ver todo mundo torcendo, não só pelos seus, mas por todos os participantes. Isso cria um ambiente único”, comentou Paula, mãe de Paola.

O que esperar na grande final

Com a etapa classificatória concluída, os finalistas se preparam para a disputa no dia 23 de agosto. A expectativa é de um espetáculo ainda mais emocionante, em três categorias: infantil, juvenil e adulto. Haverá apresentações afinadas e muita energia. “Independentemente dos resultados, todos já são vencedores por terem tido coragem de subir no palco e compartilhar sua arte”, reforçou Laura Dalmás.

O festival, que começou como uma iniciativa local, hoje se consolida como um importante trampolim para novos talentos, reforçando a cultura musical no Rio Grande do Sul.

Inspiração na história dos festivais da MPB

O Festival de Música Popular Brasileira foi uma série de eventos realizados no Brasil, com o objetivo de revelar e premiar novos talentos e canções da música popular brasileira. Os festivais mais conhecidos foram os organizados pela TV Excelsior e pela TV Record.

Em 1960, o primeiro festival, chamado “I Festa da Música Popular Brasileira”, foi realizado no Guarujá (RJ), com a participação de 21 canções, tendo “Canção do Pescador” como vencedora. Em 1965, a TV Excelsior promoveu o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, que consagrou Elis Regina com a canção “Arrastão”.

Em 1966, realizou o segundo festival, e a TV Record também organizou o seu próprio festival, que ficou conhecido como o III Festival de Música Popular Brasileira. Já em 1967, o III Festival de Música Popular Brasileira, realizado pela TV Excelsior, foi um dos mais memoráveis, com a participação de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Os festivais foram importantes para a divulgação e popularização da MPB, revelando novos artistas e canções que se tornaram clássicos da música brasileira. Eles também tiveram um papel na consolidação do termo MPB (Música Popular Brasileira) como uma forma de identificar o gênero musical. Além disso, os festivais ajudaram a criar um ambiente de competição saudável entre os artistas e compositores, impulsionando a qualidade da produção musical brasileira.

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