
Incentivar a educação ambiental desde cedo e formar cidadãos com práticas sustentáveis dentro das comunidades. Esses são objetivos do projeto Agentes Mirins Ambientais, desenvolvido pela Sala Verde Manoel Ribeiro Pontes Filho, no município de Estrela. Destinado a alunos do 4º e 5º anos das redes pública e privada.
Com atividades realizadas no turno inverso ao escolar, o programa oferece uma formação prática e vivencial. O espaço de atendimento é na Sala Verde, localizada na Rua Júlio de Castilhos, 1.204, Cristo Rei (Escola Estadual de Educação Básica Vidal de Negreiros). As inscrições seguem abertas durante todo o mês de agosto, com o primeiro encontro da nova turma agendado para a próxima quarta-feira (20/8), das 9h às 11h30.
A formação completa se estende até dezembro, com encontros nas primeiras e terceiras quartas-feiras do mês. Os participantes recebem todo o material. O conteúdo do projeto vai além da teoria. Os Agentes Mirins participam de visitas ao aterro sanitário, exploram áreas impactadas por enchentes e conhecem de perto o trabalho de recuperação ambiental.
Eles aprendem sobre separação de resíduos, compostagem doméstica, conhecem a árvore símbolo do município, além de desenvolverem atividades educativas como cartazes e a construção de vasos compostores, que levam para casa para colocar o aprendizado em prática.
A proposta também inclui ações de interação com a comunidade, onde as crianças entregam formulários no comércio e nas ruas e a participação de profissionais do município, como o veterinário da prefeitura e a bióloga municipal, que ministra palestras sobre mudanças climáticas, relacionando temas como a estiagem e as enchentes.
O projeto pretende ser integrado ao contraturno escolar municipal a partir de setembro, para que mais alunos tenham acesso à formação.
Impacto na gestão de resíduos
A retomada do projeto também reforça os esforços do município na gestão adequada de resíduos. Estrela atualmente recicla 16% a 18% do total de lixo coletado – índice considerado bom em comparação à média nacional – resultado de uma cooperativa de reciclagem e de iniciativas de conscientização.
O município recolhe entre 600 e 620 toneladas de resíduos por mês, o que não é reciclado é encaminhado ao aterro sanitário municipal. A atual célula tem uma vida útil estimada em 2 a 3 anos, e uma nova vala já está em processo de licitação.
Segundo a engenheira ambiental Luana Hermes, responsável técnica pela área, ações simples podem auxiliar nesse quesito. “Nós vimos no aterro semana passado cinco sacolas dentro de uma, as pessoas têm que ficar abrindo aqueles sacos, leva mais tempo e acaba contaminando tudo, porque você misturou tudo que tinha na sua residência em um único saco”, explica.
Compostagem
A compostagem doméstica é um dos temas centrais do projeto. As crianças aprendem que, mesmo em pequenos espaços ou apartamentos, é possível reciclar resíduos orgânicos e transformá-los em adubo.
De acordo com a engenheira Luana, se ao menos 50% do volume de orgânicos gerados nas residências for separado para compostagem, já é possível reduzir significativamente a quantidade de lixo enviado aos aterros sanitários.
Além disso, ela destaca que o chorume produzido nos aterros representa um risco ao meio ambiente. Esse líquido pode contaminar o solo, a água e até o lençol freático, reforçando a importância de ações preventivas e sustentáveis no descarte dos resíduos.
No canal da Sala Verde no YouTube, há um vídeo explica de forma simples e prática como fazer a sua própria composteira doméstica.
“Deixo aqui um convite para todo mundo repensar os seus hábitos
Luana Herme
Engenheira Ambiental