Adiel Krabbe destaca trajetória de resiliência da Krabbe Imóveis

Empresário consolidou em Estrela uma das marcas de referência no mercado imobiliário do Vale do Taquari

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Crédito: Thiago Maurique

Entrevistado desta semana no programa Inteligência Empresarial, Adiel Krabbe iniciou a carreira no setor de informática, mas encontrou no mercado imobiliário o caminho definitivo do empreendedorismo. Depois de experiências como vendedor em duas imobiliárias e de uma tentativa frustrada no comércio de informática, apostou em sua experiência no setor e fundou, em 2008, a Nova Era Imóveis, que mais tarde se transformaria na Krabbe Imóveis.

O começo foi de dificuldades, com incertezas que quase o fizeram desistir. A primeira grande venda, porém, trouxe o fôlego necessário para seguir em frente. A partir desse ponto, a empresa passou a crescer com reinvestimento constante em mídia, estrutura e equipe, consolidando-se como referência em Estrela e região.

Em 2024, a imobiliária iniciou um novo ciclo ao adotar o nome Krabbe Imóveis, em decisão que buscou fortalecer a identidade com o sobrenome já associado ao empresário. Hoje, Adiel e a esposa Aline projetam expansão para outros municípios do Vale do Taquari, mantendo o engajamento comunitário como marca pessoal e empresarial.

Grupo Popular – Quem era o Adiel Krabbe antes de empreender?

Adiel Krabbe – Sou filho da terra, natural de Westfália. Sempre brinco que sou bisneto de Estrela, neto de Teutônia e filho de Westfália, porque foram se desmembrando. Tenho um pouco de história em cada cidade e um carinho muito grande por todas elas. Quando completei 18 anos, voltei a Estrela para trabalhar. Comecei na antiga Polar, como estagiário de informática. Fui conhecendo a cidade de uma forma diferente. Fiz amigos e criei laços. Em 2001, a Polar fechou e surgiu o primeiro desafio. Cheguei a receber convite para trabalhar em Águas Claras, mas financeiramente não compensava, e eu também fazia faculdade na Univates. Então, decidi ficar. Aos poucos, fui me aproximando do mercado imobiliário.

GP – Como aconteceu essa transição para o setor imobiliário?

Krabbe – Foi curioso. Eu tinha conhecido um colega na Polar cuja esposa tinha uma imobiliária. Ele me chamou para dar uma força com computadores, instalar coisas básicas. Um dia ele me convidou porque estava precisando de alguém para ajudar na imobiliária. Eu nunca tinha trabalhado com vendas, mas sempre gostei de conversar, de fazer amizades. Aceitei o desafio. Trabalhei de 2002 até 2003 em uma imobiliária, depois recebi proposta de outra e fiquei até 2007. Então, decidi empreender.

GP De que forma você começou a empreender?

Krabbe – Esse foi o segundo grande desafio. Resolvi empreender, mas não no ramo imobiliário. Minha esposa é de Paverama e meu cunhado tinha uma loja de informática. Entrei em sociedade, mas não fiz pesquisa de mercado nem estruturação. Fui no entusiasmo. O negócio não deu certo e fiquei um ano nessa tentativa. Foi um período difícil.

GP Quando você decidiu migrar novamente para o ramo imobiliário?

Krabbe – Quando o negócio de informática não deu certo, conversei com meu pai e ele me disse para fazer o que eu sabia fazer de melhor. Ele me lembrou que eu era um vendedor que havia trabalhado com sucesso em duas imobiliárias e conhecia muitas pessoas em Estrela. Então, em 2008, voltei para Estrela e abri a Nova Era Imóveis, que depois virou Krabbe Imóveis.

GP Como foi o início da Nova Era?

Krabbe – Muito desafiador. No começo, quase desisti. Investi minhas economias e o retorno demorou a vir. O primeiro ano foi de muita incerteza. Cheguei a dizer para meu pai que fecharia. Ele me incentivou a segurar mais um pouco. Logo depois, fiz uma venda grande que me deu fôlego. A partir daí, as coisas foram engrenando. No terceiro ou quarto ano, a empresa começou a se equilibrar de fato. Sempre reinvesti muito, seja em mídia, estrutura ou equipe. Nunca fiquei parado, sempre apostei na empresa, mesmo nos momentos difíceis.

GP O que mudou no mercado imobiliário desde então?

Krabbe – Mudou bastante. No começo, não havia tanto acesso ao crédito como existe hoje. As negociações eram diretas, muitas vezes envolvendo troca de bens e pagamentos parcelados. O acesso a financiamento transformou o mercado, impulsionou construtoras e incorporadoras. Hoje, Estrela tem mais de 20 loteamentos em andamento, áreas industriais e comerciais em expansão. É uma cidade com grande potencial de crescimento.

GP As enchentes impactaram o trabalho?

Krabbe – Nós fomos atingidos em casa e na empresa. Foi muito difícil, parecia um cenário de guerra. As pessoas desesperadas buscando imóveis para alugar. Tivemos que improvisar. Transferi provisoriamente a imobiliária para uma sala comercial embaixo da minha casa, com duas mesas e tudo bem improvisado. Mas seguimos atendendo, porque as pessoas precisavam. É nessas horas que a resiliência faz diferença.

GP Como foi a decisão de mudar a marca após 17 anos no mercado?

Krabbe – Foi mais um daqueles momentos de investir e buscar um novo ciclo. A gente percebia que precisava de um fato novo para marcar o crescimento da empresa. Além disso, muita gente me conhecia em Estrela como “o Krabbe”. Mas muitos não sabiam que eu era dono da Nova Era. Isso nos fez pensar. Contratamos uma assessoria, testamos vários nomes. Até que alguém disse para usar o meu sobrenome, pois passa confiança e responsabilidade. Vimos que fazia sentido. A consultoria aprovou, criamos a marca e a identidade visual. Hoje, pelo retorno que recebemos, foi uma decisão acertada. Os clientes elogiam muito a marca, e isso nos dá ainda mais orgulho.

GP Qual a importância da participação comunitária e em entidades?

Krabbe – Desde muito jovem eu sempre gostei desse envolvimento com a comunidade. Eu gosto muito do modelo das cooperativas, que retribuem para a comunidade o que recebem dela. Penso que preciso fazer o mesmo, doando meu tempo, patrocinando eventos dentro do que conseguimos, sempre com responsabilidade para não comprometer as finanças da empresa. Costumamos nos envolver bastante nessas entidades. Faço parte da Cacis, do Rotary, da Espro em Estrela, integro diretoria de creche e, por anos, participei da comissão do Festival do Chucrute. A Aline também participa da Cacis Mulher e agora começa a se envolver mais em Teutônia, onde estamos ampliando atuação. Esse engajamento é uma forma de ser conhecido, conhecer outras pessoas e criar networking. E isso também gera negócios.

GP Como você projeta o futuro da Krabbe Imóveis?

Adiel Krabbe – Eu e a Aline temos o Benício, que hoje tem 6 anos. Ele já participa bastante da imobiliária, tem crachá, uniforme e gosta de visitar o escritório. Isso nos diverte e, ao mesmo tempo, ajuda a inseri-lo no ambiente de trabalho, para que entenda a importância e, quem sabe, desperte o interesse de seguir na empresa no futuro. Mas se escolher outro caminho, terá todo nosso apoio. Quanto à empresa, temos no radar a expansão para outras cidades. Em 2024 tínhamos planos mais acelerados, mas as questões climáticas nos fizeram segurar um pouco. Mesmo assim, já atuamos em vários municípios além de Estrela, como Teutônia, Lajeado, Arroio do Meio, Colinas, Bom Retiro, Santa Clara, Encantado, entre outros. No último feirão de terrenos, por exemplo, tínhamos mais de mil opções espalhadas pelo Vale. Então, acredito que a expansão seja um caminho natural, que vai acontecendo conforme o mercado demanda.

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