Cintia Agostini aponta caminhos para o desenvolvimento regional

Economista propõe olhar estratégico para transformar desafios do Vale do Taquari em oportunidades

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Cerca de 80 pessoas acompanharam a vice-reitora da Univates, presidente do Codevat e economista Cintia Agostini / Crédito: Thiago Maurique

A CIC Teutônia promoveu mais uma edição do Almoço Empresarial nessa quinta-feira (02/10). Cerca de 80 pessoas participaram do evento, que teve como palestrante a vice-reitora da Univates, presidente do Codevat e economista, Cintia Agostini. Ela apresentou os caminhos para o desenvolvimento do Vale do Taquari, com destaque para os desafios, como a escassez de mão de obra e o envelhecimento populacional, e as oportunidades, ligadas aos investimentos na região e à atração de novos moradores.

Conforme Cintia, pensar o desenvolvimento exige olhar para além das fronteiras locais, considerando o cenário internacional, o contexto nacional e a realidade do Rio Grande do Sul. Lembrou que as potencialidades do Vale estão ligadas aos investimentos previstos para a região, mas destacou a necessidade de refletir sobre novas cadeias produtivas, como o turismo, além de questões estruturais, como o envelhecimento populacional, os fluxos migratórios e a disponibilidade de mão de obra. “Esses são fatores fundamentais para projetarmos o futuro”, destacou.

A palestrante lembrou que, apesar das adversidades recentes, o Vale segue apresentando dinamismo econômico e social. Exemplo disso é o crescimento populacional acima da média estadual. “Antes das enchentes, nossa população cresceu 10%, enquanto a média do estado foi de 2%”, ressaltou.

Porém, alertou para a incompatibilidade na renda, mais baixa no Vale do Taquari do que a média estadual. “Há um descompasso entre as propostas de trabalho e os anseios de quem está ingressando no mercado”, afirmou ela.

Para Cintia, superar as dificuldades relacionadas ao mercado de trabalho passa por construir soluções conjuntas entre empresários, trabalhadores e poder público. “A qualidade de vida da nossa região pode ser usada como diferencial para atrair pessoas que queiram não só trabalhar, mas também, viver aqui”, disse.

Potencial promissor

Mesmo diante de gargalos relacionados à infraestrutura e à escassez de trabalhadores em determinadas áreas, a economista destacou que a região se mantém entre as mais promissoras do estado. Segundo ela, um dos fatores mais importantes é a capacidade de reação demonstrada após momentos de crise. “Se olharmos tudo o que nos aconteceu há pouco mais de um ano, vemos o quanto nos recuperamos rapidamente”, lembrou.

Para Cintia, a rápida recuperação após as tragédias mostra a força do trabalho, a dinâmica associativa e a disposição das pessoas em permanecer aqui e manter seus negócios. “Esse espírito coletivo é um diferencial que nos projeta para o futuro com perspectiva positiva”, ressaltou a vice-reitora.

Por fim, a economista reforçou que o desafio do Vale do Taquari é olhar para dentro sem perder a dimensão do cenário macro, valorizando seus ativos e lidando com as transformações demográficas, sociais e produtivas. “O Vale é, sim, um lugar muito bom para viver e, se soubermos planejar nossas ações, continuará sendo também um lugar de grandes oportunidades para empreender”, concluiu.

Desafios para o Vale do Taquari

* Envelhecimento populacional

* Sustentabilidade e questões climáticas

* Mão de obra qualificada e disponibilidade para o trabalho

* Renda média populacional

* Dependência do transporte rodoviário

* Negócios inovadores

Oportunidades para o Vale do Taquari

* Dinâmica regional

* Centralidade do Vale do Taquari

* Valor do trabalho, percepção coletiva e associativismo

* Crescimento populacional (5x a média estadual)

* Questão demográfica e a inclusão de novos ciclos migratórios

* Novas cadeias produtivas (Exemplo: turismo)

* Logística e mobilidade

* Qualidade de vida e segurança

* Educação formal e qualificação profissional

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