Líderes de municípios beneficiados indiretamente defendem ampliação da estrutura logística

Ligação entre Cruzeiro do Sul e Estrela teve a melhor viabilidade entre três propostas

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Proposta de travessia entre Arroio do Meio e Colinas foi uma das três que integraram estudo estadual / Crédito: Divulgação

Considerada como um marco histórico da logística regional, a Ponte dos Vales também resultará em benefícios para o desenvolvimento de municípios que não estão diretamente conectados à estrutura. Antes da definição do local da travessia, outras duas opções estavam em estudo pelo governo do Estado, e a preferência por essas alternativas continua a ressoar para parte dos líderes regionais.

Entre eles estão diferentes empresários e o prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, que preferiram não se manifestar quanto aos eventuais benefícios da estrutura escolhida. No caso de Arroio do Meio, a preferência era pela conexão com o município de Colinas, demanda antiga de ambas as cidades.

O projeto previa uma ponte com estrutura para pista de duas vias, acostamento em ambos os lados e passarela de pedestres, somando 12,4 metros de largura e quase 300 metros de comprimento. O plano de trabalho incluía infraestrutura com acesso a partir da ERS-130, junto ao Bairro São Caetano.

Prefeito de Colinas, Marcelo Schroer, afirma que a ligação direta com Arroio do Meio traria grandes benefícios para o município, mas ressalta o papel histórico da Ponte dos Vales e seus impactos econômicos. “Representa um marco para toda a região, pois além de promover maior mobilidade, trará benefícios diretos à economia, facilitando o transporte de pessoas, produtos e serviços”, defende.

Conforme Schorer, a estrutura também será um estímulo ao turismo e à instalação de novos empreendimentos, impulsionando o crescimento do Vale do Taquari. Ele destacou ainda a função estratégica da ponte em situações de emergência. “Tem papel essencial em momentos críticos, garantindo uma rota alternativa durante enchentes e outras situações adversas. Trata-se de uma obra que beneficiará não só a nossa região, mas todo o estado”, completa.


Marcelo Schroer: Ponte dos Vales também beneficia municípios sem conexão direta com a estrutura / Crédito: Arquivo FP

Diretor da empresa Disim, de Arroio do Meio, Diego Simonetti defende que investimentos em infraestrutura são essenciais, especialmente após a tragédia climática enfrentada pela região. A empresa atende clientes de todo o Vale, da região metropolitana e até de fora do estado. Por isso, é essencial um meio de acesso que resista aos eventos climáticos extremos. “Estamos falando de uma obra de infraestrutura de extrema relevância”, afirma.

Novas travessias

De acordo com Simonetti, obras de grande porte como a Ponte dos Vales sempre trazem transtornos para os locais onde são executadas. Porém, reforça que os benefícios superam os incômodos temporários. “Assim como os pedágios, que garantem rodovias em condições, obras de infraestrutura são um mal necessário para melhorar a logística”, aponta.

O diretor da Disim ressalta ainda que a obra deve ser apenas o início de um conjunto de investimentos estratégicos na região. “É preciso estudar outros pontos de travessia, como uma ponte ligando Arroio do Meio a Colinas, que permitiria acesso direto à região da Serra, uma área mais alta e menos suscetível a problemas climáticos”, sugeriu.

Para Simonetti, a infraestrutura deve andar junto com o turismo, setor com grande potencial no Vale do Taquari. “O nosso Vale é uma região nobre, com enorme potencial turístico, mas ainda pouco explorado. Temos uma oportunidade de crescimento para todos”, afirmou.


Diego Simonetti defende a construção de novas pontes na região / Crédito: Divulgação

Diretor da Cervejaria Salva, de Bom Retiro do Sul, João Giovanella afirma que a ponte contribuirá para regiões atualmente pouco atendidas. “Todo mundo ganha com essa ponte. O que esperamos é que seja um investimento bem-feito, bem executado, e não mais uma obra que acaba fugindo do orçamento inicial”, alerta.

Para Giovanella, o Vale do Taquari poderia se inspirar em experiências internacionais, com múltiplas travessias conectando áreas estratégicas. “Quando a gente viaja pela Europa, é comum ver três, quatro, cinco pontes conectando duas margens em uma mesma região. Aqui ainda estamos no início desse processo”, acredita.


João Giovanella: Infraestrutura europeia com múltiplas pontes seria cenário ideal para a região / Crédito: Divulgação
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