Vereador estrelense critica possível retirada dos trilhos, função e custos da empresa E-log

Requerimento do presidente da Câmara solicitou apoio junto aos órgãos federais e à concessionária da malha ferroviária para revitalização da rodovia desativada

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Câmara apresentou requerimentos e apenas uma matéria para apreciação. Todos foram aprovados por unanimidade / Crédito: Anderson Lopes

A única matéria do dia na sessão de segunda-feira (20/10) da Câmara de Vereadores foi a autorização de utilização de recursos para suporte à realização da Semana do Empreendedor nas dependências da Casa Legislativa.

O custo envolve limite de R$ 3.000,00 para material de cerimonial e R$ 6 mil para locação de equipamentos, mobiliário, estrutura física e/ou contratação de serviços para apoio às atividades.

O projeto foi aprovado por unanimidade, assim como o requerimento da vereadora Sabrina Scheer dos Santos (PSD), que solicitou à empresa CCR ViaSul a pintura de faixa de segurança na Rua João Lino Braun, em frente ao Bazar Arte Sol.

Outra aprovação unânime foi a do requerimento do vereador e presidente Daniel da Silva (MDB), que solicitou apoio junto aos órgãos federais e à concessionária da malha ferroviária que atravessa o município de Estrela, a Rumo Logística. Ele busca o reaproveitamento e a revitalização da ferrovia desativada. O pedido inclui Estrela nas pautas federais sobre reestruturação e destinação de áreas ferroviárias, transformando o espaço em eixo estratégico de mobilidade e desenvolvimento urbano.

Críticas da oposição

O vereador Volnei Zancanaro (PP) revelou preocupação quanto à possibilidade de retirada dos trilhos de trem no município, que trará benefícios “irreversíveis e permanentes”. O vereador teme que, em vez de promover melhorias como uma ciclovia, a remoção do material ferroviário resultará apenas em sucata de alto valor financeiro, mas que será desviada para fins ilícitos, como caixa dois, sem qualquer retorno para a comunidade ou para os cofres públicos.

Há um receio de que se esteja destruindo algo pronto e valioso apenas para beneficiar alguns indivíduos com o enriquecimento ilícito, em detrimento do desenvolvimento regional de locais como o Vale do Taquari.

“A prefeita fazia parte do Executivo na época, ela concordava com tudo, fez parte da Secretaria de Cultura da época. Uma das coisas que E-Log trabalharia era o turismo. Falei com o senador Luiz Carlos Heinze que se trabalhou muito para o Trem dos Vales e, se retirarmos 16 quilômetros de trilhos, 12 dentro do município, é sem volta”, afirma. Para ele, os trilhos são eternos e nunca acabam. “O que precisa ser substituído são os dormentes”, analisa.

O vereador questionou o valor de custo de manutenção da empresa E-Log, que segundo ele, seria de R$ 60 mil: “Custo alto para não ser feito nada”.

Conforme a prefeitura, um dos projetos para reutilização da faixa de domínio dos trilhos e da área portuária é o Parque de Eventos do Vale do Taquari, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Planejamento e localizado no Porto de Estrela.

E-Log reduziu custos

“O projeto utiliza técnicas modernas de sustentabilidade, com soluções baseadas na natureza (SBNs). Após a conclusão do projeto executivo, buscaremos os recursos e abriremos licitação para as obras”, afirma o secretário de Desenvolvimento de Estrela, Carlos Rafael Mallmann. Ainda não há valor definido para o investimento nem prazo fixo para o início das obras.

“Nós reduzimos consideravelmente as despesas da E-Log. Hoje, uma pessoa administra, com suporte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e assessoria jurídica obrigatória por lei”, enfatiza a prefeita Carine Schwingel.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico de Estrela, Carlos Rafael Mallmann, a reestruturação da empresa já gerou economia de mais de R$ 5 milhões. “Desde o início do governo, bloqueamos três dos quatro cargos de direção. A E-Log opera hoje com apenas um diretor, que recebe R$ 9.348,89 líquidos, e uma assessoria jurídica terceirizada de R$ 7 mil mensais”, informa. “Antes, o custo com diretores chegava a R$ 24 mil mensais, o que significava R$ 120 mil anuais”, explica ele.

Entrevista com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agronegócio de Estrela, Carlos Rafael Mallmann:

Folha Popular – O custo mensal de R$ 60 mil com a E-Log, citado na Câmara, é necessário?

Carlos Rafael Mallmann – Desde o início do governo, a prefeita Carine iniciou um intenso trabalho de reestruturação administrativa do governo e da E-Log, reduzindo cargos e benefícios, o que já gerou uma economia de mais de R$ 5 milhões. Somente na E-Log foram bloqueados três dos quatro cargos de diretor.

FP – A prefeita citou a atração de uma “nova empresa para o Porto”. Poderia informar o nome da empresa, o segmento de atuação e o estágio atual das negociações?

Mallmann – Estamos recebendo investimento da empresa STX, especializada em mineração. Ela trará sua unidade de manutenção de embarcações (estaleiro). Já estão em fase de licenciamento ambiental para instalação. Por sua vez, cabe ressaltar que a E-log trabalha na atração de mais três investimentos para o local. Entretanto, tendo em vista que ainda não estão concluídas as conversações, não podemos divulgar o nome dos interessados.

FP – Quais são os projetos de manutenção essenciais realizados no aeródromo no primeiro semestre?

Mallmann – A E-Log realiza a manutenção da pista de pouso e decolagem, bem como dos equipamentos necessários para o funcionamento, tais como sinalização, biruta, entre outros.

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