Família Körner: três gerações de representatividade

Ao concorrer a vereador em Teutônia em 2000, Eloi Körner (62), não imaginava o impacto que isso teria na vida dos filhos Juliano (39) e Jeferson (32). Conhecido como “Padeiro Körner”, o morador de Canabarro ocupou uma cadeira na Câmara Municipal em dois mandatos e inspirou os filhos a seguirem o mesmo caminho.

Proprietário da Padaria Körner, fundada em 1989, o padeiro não tinha planos de ingressar na política e não havia referências familiares que tivessem feito o mesmo. A candidatura surgiu por insistência do ex-prefeito Silvério Luersen, que via em Körner uma forte representatividade. Em função do trabalho, ele conhecia bem os moradores e mantinha boas relações com as comunidades do interior.

“Naquele tempo era mais difícil, não tinha celular e nem essas coisas, e os meninos eram pequenos. A gente tinha que ir de casa em casa, hoje não é mais assim”, recorda Körner. Mesmo diante das dificuldades, no terceiro pleito em que concorreu, percebeu o interesse do filho mais velho pela política. “Nunca imaginei que eles também se interessariam. Em 2008, quando fiz mais votos, Juliano já trabalhava na prefeitura e começou a se envolver. Ele me acompanhava para conseguir votos com os amigos”, relembra.

De pai para filho

Assim começou a transição do legado. A eleição de 2012 foi a última de Körner, e, a partir de então, Juliano assumiu a frente. Em 2016, o “Padeirinho” foi o vereador mais votado. “Vencer uma eleição é uma coisa, mas exercer o mandato é algo diferente. Exige, além de responsabilidade, muito jogo de cintura”, ressalta Juliano.

Além de ser eleito vereador em duas ocasiões, Juliano também atuou como chefe de gabinete e secretário de Saúde durante o governo Forneck. Servidor concursado desde 2014, ele não concorreu na última eleição e apoiou o irmão Jeferson, que se elegeu como o segundo vereador mais votado, com 793 votos. Todos sempre foram eleitos pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Referências e seriedade

Os irmãos sempre acompanharam o pai nas sessões da Câmara, reuniões e eventos. A participação ativa na comunidade e a seriedade do trabalho foram marcantes. Jeferson também recorda da iniciação da vida política, como eleitor. “Em 2008, quando o pai foi eleito, eu fazia 16 anos em dezembro e já podia tirar o título. Foi a primeira vez que votei, e claro, votei nele. Desde então, só votei nos Körner para vereador”, brinca.

O compromisso que o pai tinha no Legislativo também inspira os filhos. “Dá ânimo para fazer a política certa, porque sabemos o que é o certo. Com o pai, a gente já via isso há muito tempo”, comenta Juliano.

Os três mantêm uma forte ligação com a padaria, que sempre foi um ponto de contato com a comunidade. Juliano já trabalhou lá, e hoje o estabelecimento é administrado por Jeferson. Essa conexão com os moradores é vista como fundamental, não apenas para a conquista de votos, mas para o entendimento das demandas locais.

Confiança e responsabilidade

É justamente por essa proximidade que a base de eleitores dos Körner continua a crescer. “Nenhum outro município conseguiu o que conseguimos: o pai e os dois filhos vereadores. Conheço gente que votou em mim e agora votou no Jeferson”, comenta Eloi. A família observa que o pai tem maior apoio nas áreas rurais, enquanto os filhos conquistam mais eleitores na cidade.

Com cada nova eleição, a responsabilidade do sobrenome Körner aumenta. “Seguir o legado da família na política triplica as responsabilidades. Muitos depositam sempre a confiança do seu voto em nós, pois sabem que trabalhamos de forma sincera, honesta e transparente”, afirma Jeferson. Agora, a família aguarda para ver qual será o próximo Körner a se aventurar nas urnas no futuro.

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