“Não há participação. A investigação vai deixar isso claro”, diz Rafael Mallmann sobre operação da Polícia Federal

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A Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Rêmora, que investiga crimes licitatórios e desvios de recursos públicos relacionados à compra de 424 lousas interativas pelo município de São Leopoldo. A investigação aponta que o ex-prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallmann, teria favorecido a empresa Smart Tecnologia e Comunicação para vencer o pregão eletrônico realizado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa) em 2021, quando ele atuava como assessor jurídico do órgão.

Hoje, a Polícia Federal faz buscas na casa de Mallmann. Em resposta a reportagem, ele disse que não houve “nenhuma participação [no caso de corrupção]. A investigação vai deixar isso claro”.

Outros investigados incluem Guilherme Engster, secretário de Desenvolvimento Econômico de Teutônia, acusado de intermediar a contratação da empresa por São Leopoldo mediante pagamento de comissão. Em 2021, Guilherme trabalhava na prefeitura de Estrela. “Não houve nada. Fui pego de surpresa. A partir de agora que irei me inteirar do assunto”, disse.

O servdor Marcelo Augusto Mallmann e o diretor da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Cliver André Fiegenbaum, também são acusados.

A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Rio Grande do Sul, além de bloquear valores em contas de nove pessoas. As investigações começaram com base em auditorias do Tribunal de Contas do Estado e indícios de direcionamento em licitações para beneficiar a empresa investigada. O valor total envolvido supera R$ 13 milhões.

O governo do Rio Grande do Sul se manifestou em nota oficial:

O governo do Estado foi comunicado sobre a apuração da Polícia Federal pelo próprio secretário Carlos Rafael Mallmann. É importante destacar que a investigação não tem qualquer relação com o governo do Estado e nem com as atividades de Mallmann enquanto secretário. O mesmo se aplica aos demais citados.

À época dos fatos relatados, no ano de 2021, Carlos Rafael Mallmann atuava como advogado. Marcelo Augusto Mallmann e Cliver André Fiergenbaum trabalhavam no setor privado. Cabe esclarecer, ainda, que o servidor Marcelo Augusto Mallmann está lotado no Departamento de Articulação com Municípios e Acompanhamento de Convênios e não no gabinete do governador. Nenhum dos citados está ligado à administração do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), o qual é coordenado pela Secretaria da Reconstrução Gaúcha, pasta que funciona como órgão executivo do Plano, monitorando o andamento das iniciativas de reconstrução do Estado. Além disso, existe o Conselho do Funrigs, que tem o objetivo de acompanhar e fiscalizar a execução dos recursos.

Ainda que a apuração seja sobre contratos firmados antes do ingresso deles no quadro do Executivo estadual, o governo reforça sua absoluta disposição para auxiliar a Polícia Federal na investigação dentro do que for possível, como de praxe.

O governo do Estado não compactua com nenhum tipo de conduta irregular e aguardará os desdobramentos da apuração, resguardado o direito de defesa e contraditório dos envolvidos, adotando as medidas que se fizerem necessárias.

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