Acessos à Via Láctea são comprometidos com projeto de concessão da rodovia

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Um levantamento da Folha Popular de 2001 mostrava que a ERS-128 (Via Láctea) tinha um total de 112 acessos entre os quilômetros 20 e 30. Desses, 55 ficavam no lado leste (Canabarro, Languiru, Centro Administrativo e Teutônia) e 57 no oeste (Alesgut). Este número subiu para 126 no estudo feito nesta semana, com a adição de 14 novos acessos no lado oeste.

Com o novo projeto de concessões do governo do Estado, todas estas entradas, incluindo rótulas e pequenos acessos, podem ser substituídas por rotatórias e retornos, reforçando a necessidade de vias marginais. Os 10 quilômetros analisados fazem parte de um dos trechos mais movimentados da rodovia, compreendendo desde a entrada de São Jacó até a RSC-453 (Rota do Sol). Atualmente, há 20 acessos para empresas e ruas dos bairros no lado leste e 39 no oeste.

Entre ligações a empresas, ruas, propriedades rurais e residências, nem todas as entradas e saídas da rodovia são seguras. O trecho analisado possui hoje duas rótulas fechadas e cinco vazadas, cenário que mudaria para duas rótulas alongadas (kms 20,14 e 24,11) com a concessão. Além dos impactos na mobilidade urbana, as empresas também devem enfrentar desafios.

“A duplicação é um remédio amargo e de curto prazo”

A diretora comercial da Reinigend Química do Brasil, Gicele Mylius, aponta dificuldades como o aumento dos custos logísticos, tanto para a empresa quanto para seus parceiros. “Com o fechamento do acesso direto à rodovia, o deslocamento de caminhões e carretas ficará ainda mais oneroso. Para a cidade, o impacto será a circulação desses veículos por ruas não preparadas para esse fluxo, o que pode gerar acidentes e danificar as vias devido ao peso das cargas. A duplicação é um remédio amargo e de curto prazo”, avalia.

Para Gicele, antes da duplicação, seria essencial um planejamento de mobilidade urbana que incluísse anéis viários e ruas laterais. “É evidente que mudanças ocorrerão e que o progresso traz alterações ao nosso cotidiano. Mas, é preciso um olhar de longo prazo”, enfatiza.

Jair Sulzbach, proprietário da Jair Sulzbach Tratores e Implementos Agrícolas, compartilha da mesma visão. Para ele, o projeto original do Estado exige adaptações significativas. “Com a duplicação, os acessos diretos às empresas serão extintos devido aos retornos. De modo geral, todas as empresas situadas às margens da Via Láctea serão afetadas de alguma forma”, projeta.

Dinarte Brandão, da Concretos e Terraplenagem Brandão, critica o atual plano. “Está completamente equivocado. De que adianta duplicar apenas parte da rodovia e deixar o restante sobrecarregado? A Via Láctea já está no limite. Há grande circulação de caminhões”, adverte.

O secretário de Obras de Teutônia, Ariberto Magedanz, reconhece que o projeto pode melhorar a trafegabilidade na rodovia, mas alerta para consequências preocupantes. “Vamos nos tornar uma nova Canoas. Todo mundo passa por Canoas sem perceber a cidade. Quem elaborou esse projeto não conhece Teutônia. Isso sobrecarregará nossas vias internas e aumentará significativamente o trânsito local”, ressalta.

ACESSOS EM 15 DE AGOSTO DE 2001

Tipo de acessoLado LesteLado Oeste
Rótula fechada00
Rótula vazada77
Grandes acessos3735
Pequenos acessos1115
Total5557


Fonte: Levantamento da Folha Popular do Km 20 (São Jacó) até o Km 30 (Rota do Sol)


ACESSOS EM 3 DE FEVEREIRO DE 2025

Tipo de acessoLado LesteLado Oeste
Rótula fechada22
Rótula vazada55
Grandes acessos2839
Pequenos acessos2025
Total5571


Levantamento da Folha Popular do Km 20 (São Jacó) até o Km 30 (Rota do Sol)

15 AGOSTO 2001 3 FEVEREIRO 2024
LesteOesteTipo de acessoLesteOeste
00Rótula fechada22
77Rótula vazada55
3735Grandes acessos2839
1115Pequenos acessos2025
5557Subtotal5571
112Total126
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