“Filho não vem com manual. Fato. Mas, no Mundo Exponencial, adulto que não estuda, não consegue cuidar, criar, educar!” A reflexão do professor Idelfrânio Moreira marcou a Aula Inaugural do Colégio Teutônia, realizada na noite de terça-feira (25/3). O evento reuniu famílias da Educação Infantil ao Ensino Médio, professores e monitores para a palestra “Educar para esse Mundo Exponencial”, que lotou o Auditório Central da instituição.
Na abertura, a diretora interina do Colégio Teutônia, Fabiane Dentee Wommer, destacou a importância da parceria entre escola e família. “O apoio e a confiança das famílias no projeto do Colégio Teutônia são fundamentais para a construção de um ambiente educacional forte, inovador e acolhedor”, afirmou.
Ela também enfatizou o papel essencial dos profissionais da educação, convidando professores e funcionários para virem à frente. “São esses profissionais que, dia após dia, buscam incansavelmente ensinar, acolher e acompanhar seus filhos. Quero expressar a nossa profunda gratidão a cada um de vocês, que se empenham com tanto carinho e comprometimento no processo de aprendizado e desenvolvimento dos nossos estudantes”, completou.
A coordenadora-geral do CT, Andrea Wallauer, reforçou o compromisso da instituição com a inovação educacional. “No Colégio Teutônia, temos o compromisso contínuo de buscar e criar novas metodologias de ensino, acompanhando os avanços tecnológicos desse mundo exponencial. Escola e famílias também precisam construir memórias afetivas com as crianças, esse é um dos desafios, e a fala do Idelfrânio nos traz essa inspiração”, pontuou.
Relações
Durante sua apresentação, Moreira abordou as transformações rápidas do mundo e seus impactos na educação. “O mundo era mais lento, permitia adaptação de maneira mais simples, mas hoje está tudo muito rápido, o que modifica e dificulta a forma de interação. O mundo ‘invadiu’ nossas casas e a sala de aula”, analisou.
Ele trouxe dados que ilustram essa realidade. “Pesquisas revelam que 65% dos jovens irão trabalhar em alguma profissão que ainda não existe”, destacou. Para Moreira, as relações também estão mudando. “O mundo está se desmaterializando, e isso também acontece com as relações, com as instituições”.
O palestrante alertou sobre os desafios da educação parental. “Amigo é amigo, pode acobertar; pai e mãe são pai e mãe, dizem o que é certo, dizem sim e não. Hoje é muito mais difícil exercer autoridade, são outras gerações. Somos os adultos da sala, mas, mais do que viver o que aprendemos, precisamos aprender. O mundo ficou muito mais incerto e difícil. Nós fomos perdendo o controle das coisas e, para impor, gastamos muito mais energia”, refletiu.
Ele recorreu a uma frase da esposa, que também trabalha com educação, para resumir a relação entre pais e filhos: “Que nem rapadura, doce e dura”. “Nem rígidos demais, nem permissivos demais”, explicou.
Tecnologia
A tecnologia também foi um dos pontos centrais da palestra. “A tecnologia cresce exponencialmente mais rápido que a capacidade de educar. Vivemos dores sociais que tendem a crescer. As famílias precisam, definitivamente, se envolver na educação dos filhos”, alertou.
Moreira usou diversos termos para definir o mundo atual: volátil, incerto, complexo, ambíguo, quebradiço, ansioso, não linear e incompreensível. “Nós dividimos o mundo com a Inteligência Artificial. A tendência é melhorarmos, do contrário, ficamos para trás”, alertou.
Entre as principais orientações deixadas pelo palestrante, ele destacou que realizar bem o que se propõe na escola é essencial, estabelecer regras e limites é fundamental para o desenvolvimento das crianças e que as redes sociais impactam negativamente o cérebro infantil. “Não há receita pronta, precisamos descobrir juntos como fazer isso, e um grande parceiro é a escola. Tirar as crianças das redes sociais é saúde social. A presença da família e da escola é para o bem maior, que é a educação dos nossos filhos”, concluiu.