O Grêmio Estudantil do Colégio Teutônia (GECT) completa 70 anos em 2025 e ostenta um feito notável: é o grêmio estudantil mais longevo do Vale do Taquari. A longevidade dessa organização não se explica apenas pela tradição, mas sobretudo pelo engajamento contínuo da comunidade escolar – estudantes, professores, famílias e direção – que reconhece no Grêmio um espaço fundamental para o exercício da cidadania e da liderança juvenil.
“O que sustenta essa história de sete décadas é o engajamento da escola, mas também da comunidade como um todo”, avalia o professor Rodrigo Müller Marques, coordenador do GECT. “É o entendimento de que o Grêmio oxigena a escola, traz novas ideias e práticas. Há propósito e parceria institucional.”
Prova disso é a atual composição do GECT, liderada por duas jovens estudantes: Rafaela Krahl e Valentina Barth, presidente e vice-presidente, que expressam entusiasmo e senso de responsabilidade ao ocupar cargos de liderança. “É muito significativo ver um grêmio com tantas meninas à frente. Vivemos numa sociedade em que ainda faltam espaços para as mulheres, então essa representatividade importa muito”, reflete Rafaela.
Com um olhar atento à história do Grêmio, a atual chapa resgatou ações de décadas passadas, como o lendário “Baile do Gato”. “O baile era uma referência, movimentava Teutônia e outras cidades da região. Tentamos resgatar esse espírito com a ‘Reúna’, voltada aos alunos do colégio, mantendo a escolha de rei e rainha, mas adaptando à realidade atual.”
A atuação do GECT, no entanto, vai além das festas. São responsáveis por ações como o correio elegante do Dia dos Namorados, com serenatas e mensagens acompanhadas de bombons e flores, e iniciativas para datas comemorativas como o Dia da Mulher e dos Professores. A organização e logística dessas ações são lideradas principalmente por Rafaela e Valentina, que aprendem na prática os desafios da liderança colegiada. “A gente precisa delegar e garantir que tudo ocorra no prazo. Às vezes, é difícil manter todos comprometidos, mas é parte da aprendizagem”, comenta Valentina.

Ao refletirem sobre o legado que desejam deixar, as estudantes sonham alto: querem um espaço físico do GECT no colégio. “Pensamos em algo concreto, como uma sala, que marque nossa gestão de 2025. Um lugar que as futuras chapas possam usar e lembrar de nós.”
Para além das realizações práticas, a experiência de estar à frente do Grêmio tem sido transformadora para as meninas. “Agora que estamos no Grêmio, percebemos como é difícil colocar em prática o que antes imaginávamos como estudantes. É uma experiência que vamos levar para a vida inteira”, conta Rafaela.
O Grêmio também tem se mostrado uma ferramenta importante de inclusão no ambiente escolar. A Reúna, os jogos interséries (GCTs) e outras atividades são pensadas para acolher diferentes perfis de estudantes. “Buscamos ser um Grêmio que abraça a diversidade e promove o pertencimento”, reforça o professor Rodrigo.
Com 70 anos de história, o GECT segue renovando seu papel na escola e formando lideranças comprometidas. E se depender da energia, criatividade e propósito da atual gestão, a história desse grêmio ainda terá muitos capítulos marcantes pela frente.
Confira a entrevista na íntegra: