A terceira edição da Reunião-Almoço promovida pela Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio de Estrela (Cacis) foi realizada na manhã de sexta-feira (13/6), na Società Italiana Fiori Dei Piani. O encontro reuniu empresários e lideranças da região para discutir um tema estratégico para a gestão corporativa: Saúde e Segurança do Trabalho (SST) e as obrigações do eSocial.
O palestrante convidado foi o engenheiro de segurança do trabalho Rogério Luiz Balbinot, profissional com mais de 20 anos de experiência no setor, com atuação nacional em grandes empresas e multinacionais. Balbinot também é membro ativo dos Grupos de Trabalho GT-Confederativo e GT-Fenacon, além de coordenar o grupo nacional de empresas piloto do eSocial.
Com público superior a 110 participantes, Balbinot apresentou um panorama atualizado sobre as exigências legais relacionadas ao SST no eSocial, destacando os riscos decorrentes da má gestão de dados. “O eSocial representa uma nova forma de registro dos eventos trabalhistas e previdenciários”, explicou.
Segundo ele, falhas nesse processo podem gerar penalidades severas — tributárias, previdenciárias, civis e trabalhistas. “Ainda estamos nos estágios iniciais em relação à Segurança do Trabalho e ao eSocial, e isso acarreta riscos significativos. A sustentabilidade dos negócios depende de uma gestão criteriosa das informações enviadas ao sistema”, alertou. “A legislação não considera intenções, mas sim o que está registrado. Um número incorreto ou uma vírgula fora do lugar pode provocar sérios prejuízos.”
Diferenças legais e responsabilidades
Durante a palestra, Balbinot abordou também as distinções entre a legislação trabalhista e a previdenciária aplicadas ao SST, destacando as responsabilidades dos gestores e os erros mais comuns que ainda comprometem a conformidade das empresas. “Muitos dados são inseridos no eSocial com falhas, sem a devida atenção e sem supervisão. Isso compromete seriamente a sustentabilidade do negócio”, reforçou.
Gestão preventiva e orientada
Como solução, o especialista propôs a adoção de práticas de gestão preventiva e estruturada. “É essencial conhecer os processos da empresa antes de enviar qualquer informação ao eSocial. Aplique metodologias como o PDCA — Planejar, Fazer, Verificar e Agir — para garantir consistência e confiabilidade nos dados.” Ele também ressaltou a importância da documentação contínua e do uso adequado de tecnologias: “Fez uma obra? Registre com fotos, documente o antes e depois. Softwares estão disponíveis; o que falta é vontade de usá-los corretamente.”