Clube Amigos do Vale conhece regiões agropecuárias no exterior

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Grupo usou penetômetro para medir a resistência à penetração do solo, indicando o grau de compactação em diferentes profundidades - Crédito: Divulgação

Formado por 30 participantes entre produtores rurais e técnicos agropecuários de Teutônia e região, o Clube Amigos do Vale visitou importantes pontos agrícolas paraguaios, como Bela Vista, Santa Rita e Cooperativa Colonias Unidas, referência em organização e desenvolvimento do agronegócio na região Sul do país vizinho.

Os integrantes viajaram em maio de 2025 visando trocar experiências, conhecer novas tecnologias aplicadas ao campo e entender os diferentes modelos de produção utilizados no país vizinho.

Conforme a extensionista Rural Agropecuária da Emater/RS-Ascar, Lídia Dhein, o Paraguai é um país com forte vocação agrícola, e regiões como Bela Vista e Santa Rita se destacam pela sua expressiva produção agropecuária e práticas sustentáveis no uso do solo. “Essas áreas fazem parte de um cinturão agrícola que se desenvolveu fortemente nas últimas décadas, com o apoio de cooperativas como a Colonias Unidas, referência em organização e inovação no campo”, diz.

Bela Vista está localizada no departamento de Itapúa, próximo à fronteira com o Brasil e a Argentina. Trata-se de uma área com forte presença de descendentes de imigrantes europeus, que contribuíram para o desenvolvimento de uma agricultura moderna e bem estruturada.

A Cooperativa Colonias Unidas, fundada em 1953, é uma das mais importantes do país. Com sede em Obligado, próximo a Bela Vista, ela abrange várias localidades do departamento de Itapúa e oferece suporte técnico, logístico, financeiro e comercial a milhares de produtores associados. A cooperativa atua em diversas cadeias produtivas, com destaque para a soja, milho, trigo, canola e a produção leiteira. Além disso, desenvolve iniciativas de diversificação agrícola e práticas de conservação do meio ambiente.

Santa Rita, situada no departamento de Alto Paraná, é considerada uma das regiões mais férteis e produtivas do Paraguai. O município é um exemplo no uso de tecnologias de conservação do solo, com a adoção generalizada do plantio direto, sistema que mantém a cobertura vegetal sobre o solo, reduz a erosão e melhora a fertilidade ao longo do tempo.

Essa preocupação com a preservação do solo e o uso racional dos recursos naturais tem feito de Santa Rita um polo de agricultura sustentável. A rotação de culturas, o uso de adubos verdes e o manejo integrado de pragas são práticas comuns entre os produtores locais, refletindo uma mentalidade moderna e comprometida com a produtividade de longo prazo.

Durante os encontros, o grupo observou práticas voltadas à conservação do solo, manejo sustentável, diversificação de culturas e processos de industrialização local. As principais culturas observadas incluíram soja, milho e erva-mate, além do destaque para o uso de tecnologias de precisão na agricultura.

Foi possível observar in loco a aplicação do penetômetro em uma propriedade agrícola que adota o manejo com cobertura de palhada. A avaliação demonstrou a ausência de camadas compactadas, indicando uma estrutura do solo favorável ao desenvolvimento das raízes e ao acúmulo de água no perfil.

Esse resultado reforça a importância da cobertura do solo com palhada como uma prática eficaz no controle da compactação, além de contribuir para a conservação da umidade, o aumento da matéria orgânica e a melhoria das condições físico-biológicas do solo. O uso do equipamento é indispensável para o monitoramento contínuo da saúde do solo e para o planejamento de estratégias de manejo conservacionista.

Cultivo da erva-mate

O cultivo da erva-mate (Ilex paraguariensis) também tem relevância na região Sul do Paraguai, especialmente nos departamentos de Itapúa e Alto Paraná. A planta, nativa da bacia do Prata, encontra um ambiente ideal para se desenvolver nas condições climáticas e de solo dessas áreas.

A colheita da erva-mate no Paraguai ocorre geralmente entre os meses de abril e setembro, sendo realizada de forma seletiva, respeitando ciclos de poda e recuperação da planta. A erva-mate produzida no país é utilizada tanto para consumo interno (na forma de tereré e chimarrão) quanto para exportação, principalmente para Brasil, Argentina e outros mercados latino-americanos.

“A experiência foi enriquecedora e contribuiu significativamente para o aprimoramento técnico dos participantes, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e fortalecendo os laços de cooperação entre os setores produtivos dos dois países”, aponta Lídia.
Para 2026, o Clube Amigos do Vale planeja uma nova expedição técnica, desta vez com destino ao Sul do Chile, com o objetivo de conhecer propriedades rurais e trocar experiências com produtores da região.

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