Curso de Produção de Morango em Substrato forma nova turma de agricultores em Teutônia

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Um grupo de agricultores e de técnicos dos municípios de Bom Princípio, Harmonia, Brochier, São Pedro da Serra, General Câmara, Venâncio Aires, São Leopoldo, Gravataí, Lajeado e Estrela, participou na terça e na quarta-feira (12 e 13/06), de uma nova edição do Curso de Produção de Morango em Substrato – Sem Resíduos de Agrotóxicos. Com 90% de atividades práticas, a capacitação, ministrada por extensionistas da Emater/RS-Ascar, foi realizada no Centro de Formação de Agricultores de Teutônia (Certa). A próxima qualificação ocorre no mês de agosto.

Com a conclusão dessa turma já são cerca de 100 agricultores e técnicos formados pelo curso, que teve a sua primeira edição realizada em agosto de 2017. Para o coordenador do Certa, Maicon Berwanger, o que se tem percebido é que os participantes entram com muitas dúvidas, já que o cultivo do morango não possui um modelo definido para a região. “Há muita carência de informação não apenas sobre manejo, mas também a respeito do mercado e do comportamento do consumidor. E o curso também auxilia nessa parte”, destaca Berwanger.

Não é por acaso que todo o ciclo do morango em substrato é abordado na atividade, iniciando na implantação da estrutura produtiva, na colocação da bancada e no enchimento dos slabs, até chegar nas potencialidades de retorno econômico para a atividade. “No meio do caminho, temas como a fisiologia das plantas, o preparo das mudas, a elaboração de soluções nutritivas, manejo da água e da fertirrigação, doenças e pragas do morangueiro, elaboração de caldas e colheita e pós-colheita também são apresentados”, destaca o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi.

Para a produtora Fernanda Heckler, de Harmonia, o curso não poderia vir em melhor hora. Com a primeira estufa com 1,7 mil mudas recém-plantadas, a agricultora está retornando de uma temporada de 10 anos na cidade, para investir no cultivo. “Além da possibilidade de retorno financeiro, o trabalho com o morango também tem a ver com a qualidade de vida”, destaca Fernanda, que possui duas filhas. Durante a qualificação, temas como manejo do morangueiro e adubação, lhe chamaram a atenção. “Às vezes são pequenas ações do dia-a-dia, que fazem a diferença”, comenta.

Já o agricultor Wilhelm Wentz, de Brochier, sempre foi um autodidata no que diz respeito ao morango. As dúvidas tiradas em vídeos na internet, ou “incomodando produtores amigos” – como ele mesmo brinca – foram fundamentais para a implantação da estufa com 5,8 mil pés de morangos, plantados no ano passado, e que já tem dado os primeiros frutos. Ainda assim, temas como manejo da colheita e a importância do monitoramento permanente do morangueiro, são destacados por Wentz como ações que fazem a diferença. “Não é difícil trabalhar com o morango, mas é um serviço que exige atenção”, resume.

Para Berwanger, a fala dos agricultores tem a ver com um dos principais propósitos da qualificação, que é fazer com que os participantes percebam a importância de se manter uma rotina de monitoramento dos morangos. Fernanda concorda com o coordenador do Certa. “Houve uma vez em que fiquei um dia sem verificar os morangueiros e já tive problemas com ácaro”, ressalta. Para que ninguém fique com dúvidas, ao final do curso, também é criado um grupo de whats para discussões de temas relacionados ao cultivo. “Essa é uma ferramenta de assistência técnica continuada, que também tem sido importante”, finaliza Berwanger.

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