Na Colômbia, intercambistas da região pedem ajuda da embaixada para retornar ao Brasil

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Crédito: Arquivo pessoal

A erva mate do estudante de Educação Física, Jackson Augusto von Mühlen, durará mais duas semanas. Após, a saudade do tradicional mate amargo aumentará, pois longe de casa, não há onde comprar. E quem dera este fosse seu maior problema no momento. Teutoniense, Jackson é um dos cinco estudantes da Universidade do Vale do Taquari (Univates) que está em intercâmbio na Colômbia. O maior desafio deles e de outros 45 brasileiros que estão no país é retornar para casa diante do cancelamento dos voos, e também o fim do auxílio financeiro acordado para o semestre.

Jackson, Daniel Buchli, Tiago Berres, Leonardo Quadri e Fernanda Bergesch são os estudantes do Vale que estão na Colômbia e buscam uma solução para conseguirem retornar ao Brasil. O intercambista relata que a saída visualizada por eles é por meio de um voo de repatriação humanitária, por meio da embaixada brasileira. Eles e os demais estudantes estão, há dias, pedindo ajuda e divulgando sua situação para que chame a atenção da embaixada. “Pode ser que voltamos amanhã, em três meses, ou em novembro”, relata ele, enaltecendo que não há previsão.

Na semana passada, os alunos deram entrevista para o SBT Brasil em rede nacional, momento em que Jackson e Fernanda representaram os 50 alunos brasileiros que estão na mesma situação. “A Embaixada tomou um posicionamento, falaram que estamos na lista de espera e aguardam para fechar um voo”, comenta ele. Para conseguir entrar na lista de espera, os alunos mandaram e-mail para a embaixada. “Não se sabe quando vão responder, não há muitas informações sobre isso e ainda, custa US$ 450 (em dólares), o que equivale a R$ 2.500, o valor de duas bolsas nossas”. Sobre esta situação, o estudante enaltece que a Univates está dando todo o apoio possível, “mas a gente sabe que não cabe a eles tomar essas decisões, e sim um suporte”.

O grupo de estudantes recebeu a última bolsa de auxílio remuneratório para o intercâmbio nesta semana. Segundo Jackson, ele sabe que sua família poderá o auxiliar caso faltar dinheiro para se manter, mas essa não é a realidade de todos os brasileiros que estão lá. “Nós entramos em grupo. São 50 intercambistas brasileiros na Colômbia, e tem intercambistas que os pais estão desempregados e eles querem voltar o quanto antes para o Brasil para ajudar”. Ele destaca que,  entre os estudantes, há alguns do Amazonas, Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro e outros estados.

Crédito: Arquivo pessoal

Os planos de intercâmbio

Jackson e Daniel estão morando em uma casa de família na Colômbia. Eles chegaram no dia 02 de fevereiro, e os outros três alunos da Univates foram para o país ainda no final de janeiro. O processo seletivo aconteceu em junho de 2019 e em agosto, foram aprovados. As aulas iniciaram na segunda semana de fevereiro e, na última semana de março, foi dado início as aulas virtualizadas. “Esta semana é a última de aula. Assim, o intercâmbio seria de fevereiro até maio”, conta ele.

Contudo, a ideia também era explorar o país, e por isso, foi adquirida passagem de retorno para o dia 24 de julho. “Mas, os aeroportos estão fechados para voos comerciais e internacionais até o dia 30 de junho, e o presidente declarou que isso pode se estender até 31 de agosto”, preocupa-se Jackson. A empresa em que Jackson adquiriu as passagens divulgou que só terá voos após primeiro de agosto, mas conforme ele, toda a semana estão mudando as datas.

De acordo com o teutoniense, outros intercambistas moram em apartamento, sozinhos, o que, além de ser mais caro, é mais isolado. Em quarentena desde 20 de março, ele relata que, inicialmente, as pessoas permaneciam bem isoladas. “Agora, foi declarada a quarentena inteligente, em que alguns comércios voltam a trabalhar e o movimento começa a aumentar”, conta.

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