Desde abril deste ano, quem passa pela Rua Carlos Arnt, nas dependências da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana Redentor de Canabarro, pode retirar peças de roupas e calçados. Os itens ficam pendurados na cerca da sede religiosa. Basta verificar o tamanho e levar para casa o que for útil. O projeto intitulado Varal Solidário, faz parte da agenda de projetos desenvolvidos pela comunidade. As iniciativas são idealizadas e coordenadas pelos pastores Cristiane e Gerson Echelmeier.
A voluntária Miriam Magedanz explica que o Varal é uma estratégia de doação de roupas e calçados que visa alcançar e integrar mais pessoas. A exposição ao ar livre permite a quem está de passagem – caminhando ou de carro – conhecer a iniciativa e, se necessário, se beneficiar com ela. “A facilidade e a simplicidade da disposição das peças gera conforto para quem necessita”, afirma.
Apenas peças em boas condições de uso são disponibilizadas. Roupas com determinados defeitos e características são redirecionadas para transformação em outros produtos, como, por exemplo, ecobags e artesanatos. Esses produtos, posteriormente, são revendidos no Brique da Horta, outro projeto desenvolvido pela Comunidade. “E peças com muito valor de revenda são selecionadas e destinadas para o Brechó da Horta, outra iniciativa comunitária. E o valor é revertido para comprar alimentos e integrar as campanhas de doação”, esclarece.
Quando as peças chegam até os voluntários, é feito um trabalho de seleção e distribuição do material. No local de armazenamento há separação por tamanho, tipo de roupa (calça, camiseta, pijama, peças íntimas, etc.), faixa etária e qualidade. “Quanto menos tempo gasto em administrar as roupas em más condições, melhor. Dessa forma, sobra mais tempo para os voluntários se dedicarem as entregas e demais ações que demandam dedicação”, relata.
A sociedade pode contribuir com o projeto Varal Solidário. “Se a pessoa tem o genuíno desejo de ajudar as pessoas, então doe somente roupas limpas, sem rasgos ou faltando fecho, botões e elásticos”, informa. A voluntária também alerta para que sejam doadas peças de acordo com cada estação do ano. Assim, se evita o acúmulo nos locais de doação e as roupas e calçados chegam higienizadas na época correta.
Quem recebe algum tipo de acolhimento é convidado a participar de tarefas de manutenção das demais atividades. A intenção é gerar, além dos benefícios materiais, trocas de experiências e novos círculos de integração e amizade. “É possível trabalhar na horta, cozinhar na refeição solidária, auxiliar na organização das roupas e calçados, participar das oficinas de artesanato e transformação das peças, consertar roupas, auxiliar no brechó e produzir e vender artesanato para o brique”, demonstra Miriam.
Não existe definição de data ou dia para que o Varal ocorra. A disposição de roupas e calçados acontece sem programação. No entanto, fatores climáticos influenciam as ações. “Ondas de frio e calor servem de alerta para que disponibilizemos mais peças”. A organização orienta para que, quem necessita de auxílio ou queira contribuir de alguma forma, se desloque até o local ou faça contato via telefone (51) 3762-7328.