Atletas da Apae Teutônia celebram conquistas nas Paralimpíadas Escolares

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Atletas, professores e familiares celebraram com passeio no caminhão de bombeiros / Crédito: Paloma Griesang

A segunda-feira (29/11) foi dia de comemoração em Teutônia. Os quatro atletas e os professores da Apae Teutônia, junto com familiares, celebraram o retorno da equipe e os resultados alcançados na Paralímpiada Escolar, realizada em São Paulo.

Os atletas teutonienses conquistaram cinco medalhas e um quarto lugar. Para marcar o momento, na tarde de segunda desfilaram no caminhão dos Bombeiros Voluntários de Teutônia pelas ruas dos bairros Languiru e Centro Administrativo. Puderam receber o carinho e reconhecimento da comunidade.

A professora da Apae e treinadora da equipe de bocha adaptada, Évelin Pacheco, tem dificuldade até mesmo para encontrar palavras. “É um sentimento de dever cumprido. Voltamos com todo gás para começar, recomeçar e continuar o trabalho que a gente vem fazendo”, declara.

Segundo Évelin, foi uma grande experiência, sobretudo para os atletas que deram seu melhor. “As medalhas foram resultados do que tanto eles batalharam”, afirma.

Ela salienta que foi uma semana de grandes experiências que poderão ser usadas na própria escola a partir de agora, principalmente porque ela integrou a comissão técnica da seleção gaúcha de bocha adaptada, o que trouxe novas experiências.

A professora destaca que os alunos estão muito felizes com tudo que aconteceu. Ela explica que a experiência, para eles, é de grande valia, porque muitas vezes a inclusão não acontece na escola regular, porque eles não se sentem tão aceitos e não fazem tantas amizades quanto em um evento como esse. “Onde eles foram aceitos, onde foi visto o potencial deles e não só a dificuldade. Antes mesmo da medalha, um relato desses é um prêmio de grande valia”, opina.

Eles receberam o carinho e reconhecimento da comunidade / Crédito: Paloma Griesang

Felicidade e orgulho

Para os atletas e seus familiares o momento é de muito orgulho, felicidade e glória. Giovanna Locatelli Lopes conquistou o 4º lugar na categoria BC3 Categoria B feminino da bocha adaptada. Para a mãe, Sandra Locatelli Lopes, ver o que a filha pode fazer é gratificante. “Ver que ela pode e consegue fazer muitas coisas que pessoas imaginam que não. Como pai, olhando, é uma vitória em cima da outra”, declara.

O pai de Giovanna, Roberto Cunha Lopes, destaca o potencial da filha. “Ela tem crescido bastante aqui na Apae, tem desenvolvido bastante habilidades. Percebemos que o potencial que ela tem vai além do que imaginávamos, foi muito gratificante”, reforça.

A atleta Stefani Fritscher Bilhar conquistou três medalhas na competição: Ouro no arremesso de peso categoria T35 feminino, bronze no lançamento de dardo categoria T35 feminino e bronze nos 100 metros categoria T35 feminino. A mãe de Stefani, Marli Fritscher Bilhar, não encontra palavras para expressar o sentimento. “Viemos de uma batalha difícil. Quando ela nasceu era para ser uma criança vegetativa e hoje ela está aí com todas essas medalhas”, conta emocionada.

O pai de Stefani reforça a emoção do momento. “São 17 anos de luta para ter esse orgulho agora, com três medalhas”, declara. Stefani, por sua vez, não consegue expressar o significado da conquista com palavras, apenas as lágrimas de emoção são capazes de conta o que ela sente.

Keila Luana Demarchi conquistou a medalha de ouro na bocha adaptada BC2 Categoria A feminino. Para definir a conquista, a irmã Jéssica Demarchi encontra uma palavra: orgulho. “Nossa menina cresceu, está aí hoje trazendo o ouro para casa, é o nosso tudo, dando orgulho para todo mundo”, afirma.

A mãe, Anelise Demarchi, diz que para os pais é uma grande satisfação. “Foi maravilhoso acompanhar eles todos”, reforça. Keila também encontra sua palavra para definir a conquista: alegria. “Foi incrível”, afirma.

Tiago Henrique Feldens foi medalha de ouro nos 1.500 metros down masculino. A mãe, Diana Feldens, destaca o orgulho, mas também a gratidão aos professores da Apae. “Eles se dedicaram em tempo integral para capacitá-los para que esse momento pudesse acontecer. E orgulho deles de terem determinação e garra e dar tudo de si para chegar nos resultados”, pontua. Para Tiago, conquistar a medalha foi muito legal. Ele ainda lembra de quando o treinador, Alex Marin, o incentivava à beira da pista.

Além da medalha

O professor de atletismo, Alex Marin, destaca que as medalhas são consequência do trabalho diário feito com os alunos, que foca nos valores. Ele inclusive conta que na competição dos 400 metros, Tiago poderia ter sido medalha de bronze, mas ao ver um dos competidores parar de correr, decidiu parar também para ajudar o colega e o incentivá-lo a voltar a correr. “Ele abdicou do lugar para terminar junto com o colega. Tem essa questão dos valores, muito mais do que trazer medalha para casa é formar um bom cidadão”, salienta.

Marin afirma que os alunos voltam para casa diferentes, e os professores também. “Algo muito diferente do que a gente já viveu. Muito intensa, de muitas experiências”, avalia. Ele lembra que sempre deixou claro aos alunos que, caso não conquistassem medalhas, já teria valido por tudo que viveram. “A gente evoluiu como pessoa. Toda questão de troca, socialização, conhecer novos amigos. É um momento para eles se permitirem conhecer coisas novas e demonstrar suas potencialidades”, conclui.

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