Brasil tem alto número de casos de HIV

Campanha visa mobilizar e conscientizar população

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Município realiza testes rápidos de HIV nas Unidades de Saúde / Crédito: Carla Beckmann / Divulgação

A Campanha Dezembro Vermelho tem o intuito de mobilizar e conscientizar a população contra o vírus HIV, Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), com atenção na prevenção e na proteção dos direitos das pessoas infectadas com o vírus.

Segundo dados de 2020 do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 32.701 novos casos de HIV, sendo 7,8 mil em gestantes. De 2007 a 2021, foram notificados 381.793 casos de infecção no país, sendo 69,8% dos casos em homens e 30,2% casos em mulheres. A maior incidência de casos (52,9%) foi registrada entre pessoas de 20 a 34 anos.

O Rio Grande do Sul ficou na segunda colocação no país, com 7,6 casos por 100 mil habitantes. Os motivos que explicam a permanência em cenários negativos são múltiplos e passam por questões sociais, culturais, educacionais, econômicas, políticas e até geográficas.

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Este vírus ataca o sistema imunológico responsável por defender o organismo de doenças. O vírus entra nas células brancas, se multiplica e se dissemina fazendo com que o organismo perca a capacidade de defesa, deixando o portador de HIV vulnerável a todas as outras doenças.

De acordo com o enfermeiro da Vigilância Epidemiológica de Teutônia, Maicon Rau Pedra (36), ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. “O HIV é o vírus, a Aids é a doença instalada não tratada e agravada”, explica. Na medida em que se multiplica e destrói as células brancas, o vírus HIV vai incapacitando o sistema imunológico da pessoa, permitindo que ela desenvolva outras doenças, chamadas de oportunistas. Quando isso acontece é que a pessoa desenvolve a Aids.

Transmissão

Os pacientes soropositivos, que têm Aids ou não, podem transmitir o vírus a outras pessoas somente em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que penetrar no organismo de outra. Isto se dá através de relação sexual, ao compartilhar seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transmissão vertical da mãe infectada sem tratamento adequado para o feto durante a gestação ou no trabalho de parto e durante a amamentação.

Prevenção

Para evitar a transmissão do HIV, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais e a utilização de seringas, agulhas e materiais descartáveis. Além disso, as mães infectadas pelo vírus devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos. O enfermeiro ressalta que os preservativos são distribuídos gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, tanto o masculino quanto o feminino.

Tratamento

Uma vez com o diagnóstico de HIV estabelecido, a pessoa deve procurar um serviço de saúde para iniciar o tratamento e acompanhamento da doença. Esse atendimento é realizado, geralmente, por serviços especializados. Vale lembrar que o HIV não tem cura, sendo uma doença crônica e necessita de atenção ao longo de toda a vida.

O tratamento do HIV é feito por meio de exames, que devem ser recomendados por médico clínico geral ou infectologista. O tratamento é feito por meio de medicamentos antirretrovirais, que impedem a multiplicação do vírus no organismo, ajudando a combater a doença e a fortalecer o sistema imunológico. Esses medicamentos são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Como conviver com a doença?

O enfermeiro Pedra avalia que o assunto ainda é um tabu na sociedade brasileira. “Em pleno ano de 2021 e com todo o material informativo ainda existe muita discriminação, que é um dos grandes obstáculos para prevenção e tratamento das pessoas que vivem com HIV”, destaca.

Muitas vezes, por medo de serem discriminados por familiares, amigos e no trabalho, os pacientes abandonam o tratamento. “Muitas pessoas deixam de procurar atendimento em tempo oportuno, com receio que os profissionais suspeitem ou julguem seu comportamento, favorecendo ainda mais o desenvolvimento da doença e a falta de informação correta”, comenta.

Campanhas

Em 2021, em virtude do grande movimento de profissionais envolvidos na vacinação de Covid-19, o município focou na realização de testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites Virais nas campanhas de Outubro Rosa, Novembro azul e na distribuição de preservativos nas Unidades de Saúde e empresas.

Para o ano de 2022 está sendo estruturado pela Prefeitura Municipal de Teutônia um serviço que funcionará como um ambulatório de doenças crônicas como HIV, Sífilis, Tuberculose, Hanseníase, Hepatites Virais e sequelas de Covid-19. O serviço dará suporte para as Unidades de Saúde e instituições por meio da realização de palestras.

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