Apae de Teutônia promove palestra especial para famílias e alunos

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Vinícius falou sobre suas vivências

A Apae de Teutônia realizou uma palestra especial para encerrar a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla neste domingo (29/8). O evento foi realizado no auditória da Sicredi Ouro Branco que foi parceira da entidade.

O palestrante foi Vinícius Ergang Streda, que além de palestrante, é escritor. Ele tem síndrome de down e apresentou a sua vivência para famílias, alunos, profissionais da Apae e comunidade.

Entre os assuntos destacados, ele lembrou sua infância, sua participação na estimulação precoce, serviço que é oferecido pela Apae, como foi frequentar o ensino regular, sua inserção no mercado de trabalho, desafios, entre outros temas. Ele falou também sobre sua independência. Hoje, ele mora sozinho, ainda próximo à casa dos pais, mas trabalha e sustenta suas contas básicas.

“Acho que foi benéfico para nossas famílias. Sempre importante trazer casos como esse, que dão certo, de pessoas com deficiência que se superam. E, além do mais, o quanto os pais precisam acreditar nesses filhos para que eles possam voar longe”, avalia a diretora da Apae, Raquel Brackmann.

Raquel considera que ainda há uma cultura muito retrógrada sobre a deficiência. “Até pouco tempo atrás essas pessoas ficavam em casa, não tinha nem o direito à escola e a trabalhar. Acredito que ela [a palestra] veio muito a calhar para nossas famílias”, considera.

Segundo a diretora, foi momento de muita emoção para muitas famílias. “O que me deixa satisfeita, porque acredito que atingimos nosso objetivo, que é chegar nessas famílias”, reforça.

Ela reforça a importância da família. Avalia que mesmo que a Apae busque o que há de mais novo na educação especial, se a família não “pegar junto” não haverá efeito. “Apae e família precisam trabalhar juntas em um mesmo objetivo, em uma mesma linha”, complementa.

A diretora opina que a pessoa com deficiência precisa que as pessoas acreditem e apostem nela. “E que a gente permita que ela faça coisas como nós. Nada adianta ter um discurso de inclusão e não permitir que essa pessoa realize atividades como nós realizamos”, defende.

Ela acredita que foi justamente essa visão que o palestrante trouxe. “De que os pais permitiram, e que acreditaram nele. Ele coloca que as pessoas com deficiência podem, mas é preciso acreditar e dar essa credibilidade para eles. Eles têm muitas potencialidades”, salienta.

Raquel defende que não é porque uma pessoa com deficiência não aprende da mesma forma que uma pessoa sem deficiência que ela não é capaz. “Eles têm suas próprias potencialidades. Nós também não sabemos e dominamos tudo. Esse olhar temos que ter sobre essas pessoas, eles fazem as coisas do jeito deles, nós temos que instruir eles, às vezes de uma forma diferente”, pontua.

A diretoria se diz feliz pelo evento pois, segundo ela, muitas famílias aderiram e estiveram presentes.

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