Em almoço empresarial da CIC Teutônia, Economista afirma que é momento de ter serenidade

Economista do Banco Cooperativo Sicredi, Eleonora de Oliveira, falou sobre cenário econômico e perspectivas no último Almoço Empresarial da CIC Teutônia

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Evento reuniu cerca de 100 pessoas no Auditório 01 da CIC Teutônia / Crédito da foto: Leandro Augusto Hamester / Divulgação

Nesta quarta-feira (7/12), a CIC Teutônia realizou a última edição do Almoço Empresarial de 2022. Como de costume, o tema abordado no encerramento do tradicional evento no ano tratou de “Cenário econômico e perspectivas”. A palestrante foi a economista do Banco Cooperativo Sicredi, Eleonora de Oliveira. O evento reuniu cerca de 100 pessoas no Auditório 03 da entidade e contou com o patrocínio das cooperativas Certel, Languiru e Sicredi Ouro Branco.

Desaceleração

Eleonora comentou que a economia brasileira e mundial deve passar por momento de desaceleração do crescimento em 2023. “O Brasil vem de um período de pós-pandemia de boa recuperação, com bom ritmo de recuperação, mas que contou com alguns estímulos, os quais ajudaram para um bom crescimento em 2021 e 2022. Porém, a tendência para 2023 é de desaceleração, o mundo como um todo vai desacelerar. Provavelmente teremos recessão na zona do Euro, devemos ter uma atividade econômica estagnada nos EUA e a China terá um crescimento menor do que costumava apresentar. Tudo isso irá afetar, principalmente, nossa demanda externa, e o Brasil é uma economia exportadora de commodities.”

Agronegócio

Definido como a base da economia brasileira, o agronegócio deve sair fortalecido no próximo exercício. “Num contexto nacional, a perspectiva é muito positiva, com safra recorde de soja e milho, apesar de algumas preocupações com relação ao clima, principalmente na região Sul. A possibilidade de exportação de milho à China, por exemplo, pode beneficiar muito o agronegócio brasileiro”, avaliou a economista.

Oportunidades

Diante dos gargalos nas cadeias globais de valor, Eleonora ressaltou que o Brasil deve aproveitar as oportunidades que surgem. “Precisamos nos apresentar como uma opção. Contamos com mão de obra, força de trabalho robusta, nos qualificando como um país com capacidade de fornecer matéria-prima para o mundo. Além disso, a nossa indústria também tem a oportunidade de se desenvolver, principalmente com políticas de incentivo. Essa é uma tendência que vamos ver lá fora: quando a crise pandêmica desequilibra a globalização, percebemos que depender muito de um só pais não é bom, ficando sujeito a muitos choques. O Brasil pode aproveitar esse cenário, com o governo elencando isso como uma de suas prioridades.”

Dicas

“Apesar da desaceleração da economia, é momento de termos serenidade. Num período de pós-pandemia, o Brasil passa pela retirada de estímulos, com uma taxa de juros que estava muito baixa e agora é extremamente elevada. Veremos a desaceleração da economia, mas isso é um movimento natural desse processo. Por isso precisamos ter serenidade, sabendo que vamos passar por um momento de desaquecimento”, sugeriu a economista, acrescentando que “se o Congresso e o novo governo também tiverem serenidade nas medidas e leis que irão propor, podemos nos beneficiar. Veremos algum nível de endividamento mais alto, o período pós-pandemia terá alguns solavancos, mas esperamos que não sejam situações que irão nos atrasar, sendo passageiras.”

Indicadores

– PIB 2022: 3,1%

– PIB 2023: 0,3%

– Inflação 2022: 5,9%

– Inflação 2023: 4,9%

– Taxa SELIC 2022: 13,75% a.a.

– Taxa SELIC 2023: 10,50% a.a.

– Câmbio 2022: R$ 5,40

– Câmbio 2023: R$ 5,20

Vale dos Alimentos

Na abertura do Almoço Empresarial, o presidente da CIC Vale do Taquari, Ivandro Rosa, apresentou o Arranjo Produtivo Local (APL) – Alimentos e Bebidas Vale do Taquari, ferramenta para alavancar a economia da região e fortalecer a identidade regional como o “Vale dos Alimentos”.

“O APL se caracteriza por ser um aglomerado de empresas localizadas em uma mesma região geográfica e que apresentam a mesma especialização produtiva. Este conjunto de empresas mantém um vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais envolvidos, como associações empresariais, instituições de crédito, instituições de ensino e pesquisa e governo. Na nossa região o trabalho conjunto tem como propósito fortalecer o setor de alimentos e bebidas do Vale do Taquari, nos possibilitando estratégias que efetivamente nos identifiquem como o ‘Vale dos Alimentos’”, disse.

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