A campanha do Janeiro Branco surgiu no Brasil em 2014 com o intuito de promover a saúde mental de uma maneira saudável a todos os indivíduos, buscando estratégias políticas, sociais e culturais para a prevenção, reconhecimento e combate ao adoecimento emocional.
A psicóloga, Zeloá Baumer, comenta sobre a importância de ter campanhas focadas pois possibilita maior alance de informações e público. Ela compartilha que, segundo pesquisas, as pessoas começam a procurar serviços públicos ou particulares quando são incentivadas, visto que muitas têm vergonha e até medo de admitirem não estar bem. “A campanha vai além de trazer instruções, também mostra para onde correr”, pontua.
“Podemos dizer que uma saúde mental saudável não é a ausência de uma tristeza. Não significa isso, eu posso estar muito bem com a minha saúde mental mas, sim, às vezes a gente pode ficar triste, um pouquinho angustiado, um pouco de raiva, não é por ai que a gente vai medir mas é a constância, a frequência, a intensidade”, explica.
Ela reforça que a pessoa pode estar triste um dia, mas uma frequência muito grande dessa tristeza, que apresenta uma queda muito grande da produtividade, uma baixa autoestima, podem indicar problemas.
“A primeira coisa que a gente precisa observar é como está a constância. E a intensidade disso. Como estão as minhas atividades prazerosas, porque quando a gente não está bem, a gente deixa tudo, a gente não faz mais atividades prazerosas”, comenta.
“São vários fatores que a gente pode observar para poder pensar a nossa saúde mental. Se a pessoa está com uma questão muito forte na saúde física é possível sim que impacte a saúde mental dela também”, aponta.
Autoconhecimento
Zeloá explica que a observação de si mesmo e o autoconhecimento são importantes para evitar doenças mentais e emocionais. A identificação de um transtorno é feita durante a terapia e a partir dai será feito o processo mais adequado para ajudar o paciente. Ela cita também as doenças psicossomáticas que vem de um agravo em uma questão da saúde mental, que é expressado pelo corpo, como gastrite ou insônia.
Outro ponto que deve ser analisado é o ambiente em que se está inserido. “Muitos estudos mostram que os principais motivadores e aceleradores para esse adoecimento é o ambiente, principalmente o de trabalho, ou em relações abusivas que acabam impactando na saúde mental”, exemplifica.
A profissional recomendou ainda a prática de exercícios físicos como forma de auxílio para a saúde física e mental. “Trinta minutos de caminhada produzem no corpo a mesma substância que muitos remédios para depressão”, afirma. Ela complementa aconselhando a busca por atividades prazerosas para que o indivíduo se sinta bem.
Janeiro Branco
A campanha foi escolhida para acontecer em janeiro de forma proposital, pela cultura presente na maioria das pessoas de renovação, novas metas e mudanças, mas também é importante acrescentar ações que beneficiem a si mesmos.
É comum cuidar mais dos machucados que são perceptíveis a olho nu, que das questões internas, mas apesar de ignorar essas questões, elas se expressam de alguma forma.
A psicóloga reforça que até uma simples dor de cabeça pode significar algo, então nem sempre remédio é a resposta. “É atentar a nossa saúde emocional e escutar as nossas emoções”, aponta.
Como procurar ajuda?
Para buscar ajuda, Zeloá recomenda procurar psicólogo e iniciar a terapia, seja em rede pública ou privada, é importante buscar grupos e rede de apoio para contar.
Ela reforça que a saúde mental merece cuidado constante, assim como outros projetos, a exemplo a academia, merecem um olhar contínuo para haver progresso.