Cerca de 300 associados participaram, no dia de ontem (8/1), da celebração dos 40 anos de atividades do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Teutônia e Westfália. Dentre as festividades, foi prestada homenagem aos passados dirigentes e seus familiares. Entre eles esteve o primeiro presidente da entidade, Erny Heinrich.
Em entrevista à Rádio Popular na manhã desta segunda-feira, a presidente Liane Brackmann relatou a emoção ao ver que, mesmo com tantas adversidades, as pessoas ainda buscam a entidade como meio de organização e intermédio frente à classe rural. A agricultora está à frente da associação há 20 anos – metade da sua história. “Boa parte da minha vida está no sindicato, do qual já participava ativamente antes da presidência”, assume.
Durante a vida sindical, viu a busca contínua de melhorias, políticas públicas e maior dignidade no campo. “Aumentamos a participação feminina, o nosso reconhecimento como trabalhadoras e a luta por direitos previdenciários, como o auxílio-maternidade. Tivemos mais de 100 casas melhoradas ou construídas pelo programa Minha Casa Minha Vida, o abastecimento pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), políticas estaduais, como o Troca-Troca e o Programa de Sementes Forrageiras, e locais, com fortalecimento dos sindicatos”, comenta Liane.
Hoje, segundo a presidente, o sindicato está inserido em qualquer tema e pauta que diga respeito ao agricultor. “Temos muitos serviços à disposição não só dos associados como da comunidade em geral, e um deles é a área comercial, com três lojas. Mesmo com o incêndio que acometeu a loja do bairro Languiru em 2022, ainda apresentamos bons resultados, que foram comunicados na prestação de contas que ocorreu no domingo”, comenta.
Em relação aos dados obtidos sobre a representação da agricultura no retorno de ICMS dos dois municípios (40% em Teutônia e mais de 50% em Westfália), Liane cita que só foi possível alcançar esse patamar com políticas públicas, construídas desde 2012 por intermédio do Programa Mais Alimentos, do Pronaf. “Estas conquistas revolucionaram a agricultura em todo o Brasil”, pontua.
Desafios à frente
Conforme a presidente, um dos objetivos é inserir cada vez mais o jovem nas decisões sindicais. Segundo ela, atualmente o STR está bem representado, com cotas de jovens, mulheres e aposentados.
Ainda, abordou a busca do 14º salário para os aposentados que ganham até um salário mínimo, a construção de pautas a serem encaminhadas para os governos federal e estadual via Fetag sobre a seca, os riscos de mercado, altos financiamentos, sucessão e riscos ambientais, entre outros.
Por último, a agricultora citou os desafios frente à estiagem. “A grande diferença na seca neste terceiro ano consecutivo é que boa parte dos agricultores colheu o milho safra, que foi plantado mais cedo e veio bem – diferente do ano passado, quando a chuva começou a diminuir em outubro/novembro. Já o milho safrinha está esperando para ser plantado, assim como a soja. As plantações tardias do milho já demonstram prejuízos”. Segundo Liane, a produção de hortaliças e grãos para consumo próprio dos agricultores também vem se revelando insuficiente. “Tudo dependerá do decorrer deste mês”, finaliza.