Languiru apresenta plano de reestruturação

Associados, imprensa, parceiros e líderes participam de reunião-almoço com presidente da Cooperativa Languiru

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Bayer (d) apresentou reestruturação preparada desde outubro // Crédito: Lucas Leandro Brune

A Cooperativa Languiru realizou reuniões com associados, imprensa, lideranças e parceiros em dois momentos. O presidente Dirceu Bayer palestrou aos sócios no dia 21 de dezembro de 2022. Novo encontro com os associados também foi aberto para os demais nesta quarta-feira (18/1/2023). Bayer apresentou o programa de reestruturação da Languiru e a projeção de resultados no Pavilhão Social da Associação dos Funcionários, em Teutônia, com mais de 500 pessoas em cada evento.

O presidente detalhou a “Nova Languiru e sua transformação”, com ações desenvolvidas e planejadas no enfrentamento ao cenário econômico de dificuldades, especialmente no segmento da proteína animal. “A dificuldade existe, mas o pior passou. Se fomos a primeira a tomar atitude, também seremos a primeira a sair da crise”, salienta. A redução de funcionários ocorreu por meio da não reposição da rotatividade de colaboradores e algumas demissões pontuais: “falava-se em 500, mas não chegou a 200 pessoas no total”.

As principais causas das dificuldades foram: o alto custo das commodities (milho e soja), a redução do poder de compra do consumidor e as dificuldades do setor de proteína animal. As consequências refletiram na imagem e no desempenho da Languiru. “A solução passa pela rotação de culturas”, sintetiza.

Além disso, a Languiru tomou outras ações: modernizar o parque industrial, reduzir o alojamento de aves e suínos, fortalecer o frigorífico de bovinos, focar no mercado de grãos (milho, soja, trigo), preservar e focar demais negócios (varejo e venda de rações), exportar para mercados com melhor remuneração e ampliar parcerias (Aurora, Tirol, Lactalis, entre outros).

As indústrias foram preparadas para agregar renda. A redução no alojamento e no abate de aves e suínos foi o ponto principal. Aves e suínos tinham peso de 43,07% em 2022 e a projeção é diminuir para 35,51% em 2023. “Com isso, a estimativa é reduzir custos de R$ 54 milhões por mês e conseguir uma melhora no resultado de R$ 9 milhões mensais”, avalia.

A tendência é reduzir o faturamento de aves e suínos em R$ 230 milhões por ano. “Será compensado com setores de grãos, rações comerciais e leite. Não vamos reduzir faturamento global, vamos ter essa compensação, distribuição, e melhor resultado”, pondera Bayer ao pedir serenidade. “Fiquem tranquilos associados. A transformação vai andar. A tendência é em março estar resolvido”, explica.

O presidente da Languiru anunciou uma promessa de “quando passar o ‘vendaval’, vamos recompensar o associado com cada centavo. Cada um que teve frango a menos ou um intervalo aumentado vai ser recompensado. Continuem nos motivando, porque também precisamos desta energia do associado”.

Grãos, bovinos e lácteos
Dirceu Bayer reforçou a decisão de ingressar no mercado de grãos para “tirar o peso das proteínas no faturamento global”. A aquisição do complexo no Porto de Estrela sinaliza horizonte promissor, com projeção de 11% de faturamento para o setor já em 2023. Mesmo assim, as estruturas de frigorífico seguem modernas e preparadas para a retomada. “Não desestruturamos o produtor”, salienta.

No caso do bovino de corte, o custo de produção sofre menor impacto de milho e soja. Na bovinocultura de leite, citou o aumento concedido em dezembro, a projeção de nova valorização em janeiro e a tendência de excelente fase para março ou abril. “Pretendemos dar início à Queijaria”, ponderou.

“Com planejamento, tomamos decisões estratégicas e apresentamos os resultados projetados com essas ações. Procuramos reduzir o atual impacto negativo, principalmente das carnes de aves e de suínos, enfatizando, nesse momento, o segmento de grãos e de carne bovina”, sustenta.

Conselheiros de administração deram amplo apoio em manifestações abertas. O presidente da Acsurs, Valdecir Folador, o representante da Ocergs e o presidente da Amvat, Elmar Schneider, também manifestaram apoio às ações de reestruturação da Languiru.

Outros vêm atrás
A maior crise da história no segmento das carnes foi o centro da explanação. Mesmo assim, Bayer demonstrou otimismo para superar os desafios. “Olhamos para frente com confiança. A crise das carnes não é uma particularidade da Languiru. Outras empresas do setor também passam por dificuldades, mas nós tivemos a coragem de expor a situação. Agora, outros também anunciam reduções. Nós antecipamos e vamos ser os primeiros a sair do cenário”, explica.

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