De perfil inquieto, com a criatividade aguçada e sedenta por conhecimentos que permitam fazer a diferença, Laura Maria Possa viu no desafio de abrir um negócio a oportunidade de colocar tudo em prática e oferecer para seus clientes o que ela espera enquanto cliente.
“Bom atendimento não é diferencial, é básico”, expressa, ao explicar que todas decisões tomadas em suas duas lojas passam por este filtro, o olhar de como isso vai impactar no cliente, fazendo o exercício de entender as necessidades de quem busca as lojas.
Imigrantense, com a experiência de ter morado na capital e trabalhado em vários segmentos, inclusive em navio de cruzeiro, é proprietária das lojas Loucos por Granel em Imigrante e Teutônia. “A atuação nos cruzeiros me transformou e foi ali que veio a ideia de abrir um negócio. Queria levar esta experiência, de spa, de relaxamento e de ambiente para mais pessoas. Pois lá convivi com culturas do mundo todo”, relata. Além disso, enquanto família, decidiram morar no interior para proporcionar qualidade de vida e segurança à filha, na época com 2 anos.
A ideia inicial era ter um Armazém e surgiu da dificuldade da família em encontrar produtos naturais e diferentes que estavam acostumados a comprar no Mercado Público de Porto Alegre. Viu aí uma oportunidade, que aliou às memórias de infância, do que representada um armazém, onde se podia comprar sob medida para a necessidade.
Desafios
A loja de Imigrante foi aberta em dezembro de 2019 e começou com a marca Armazém a Granel. Logo se viu diante do primeiro grande desafio, três meses depois, com a pandemia e todas suas restrições. Ainda aprendendo a trabalhar, sem site e todas ferramentas que poderiam ajudar naquele momento, precisou de criatividade e buscar conhecimentos para inovar e persistir no projeto.
Em março de 2022, Laura assumiu a loja de Teutônia, local onde antes funcionava uma franquia de produtos naturais, mas iniciou seu empreendimento praticamente do zero. No meio disso tudo, viveu a necessidade de trocar a marca, por não conseguir registrar, e precisou encontrar um novo nome, que representasse a proposta da empresa. Foi assim que surgiu a “Loucos por Granel”.
“O granel é democrático, pois é possível atender a todos, conforme a demanda e o valor que a pessoa está disposta a pagar. É possível comprar algumas gramas de cada coisa”, explica.
E este é um dos desafios que tem no momento, desmistificar a ideia de que ter uma alimentação saudável custa caro. “Precisamos quebrar alguns esteriótipos de que as lojas de produtos naturais estão focadas numa elite. Aqui oferecemos ótimas soluções, com excelentes preços, para todos”, complementa.
Presente e futuro
Hoje a loja trabalha com grande variedade de produtos a granel, linhas sem glúten e sem lactose, além de suplementação, os encapsulados, que foi uma demanda que o mercado apresentou. “Aposto muito em parcerias. Oferecemos por exemplo o pão fresco sem glúten de uma empresa de Westfália”, conta. As parcerias também envolvem academias, profissionais da educação física e nutricionistas, com a oferta de descontos aos alunos que compram na loja.
Para empreender e alcançar sucesso, Laura teve a humildade de buscar ajuda. Lá no início buscou suporte para a organização e planejamento, com a equipe do Seja empresário. Com a mentoria de Cleber Brandão, especialista em lojas de produtos naturais, ampliou horizontes dentro do seu nicho, trazendo muitas novidades para a região. Na mentoria com Fernanda Tochetto, o olhar foi para a sua carreira e projetos, desenvolvendo as competências essenciais para a atuação como empresária e gestora. Além disso, suas experiências profissionais anteriores, como na área de marketing, vendas e gestão de tráfego no Jornal do Comércio, auxiliar administrativo e inclusive massoterapeuta, deixaram conhecimentos aplicáveis nos novos desafios.
Para quem deseja empreender, Laura recomenda, além da troca de experiências e busca de conhecimentos, coragem para acreditar e realizar e paciência até colher os frutos.
Na busca constante de diferenciação no mercado, para o futuro tem nas metas, além de desenvolver o e-commerce, também adequações nas lojas físicas para proporcionar novas experiências aos clientes. “As pessoas ainda querem experiências e penso numa cafeteria junto, em que o cliente possa tomar um café rápido ou ter a praticidade do pegue e leve”, conclui.