Jovens teutonienses buscam experiências e oportunidades na capital

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Crédito: Giulian Serafim / PMPA / Divulgação

Segundo a escritora Martha Medeiros “toda e qualquer mudança é um avanço, um passo à frente, uma ousadia que nos concedemos”. Essa frase se encaixa na realidade de muitos jovens com o desejo de sair de sua cidade nata para fazer faculdade. 

Sofia Schneider Schaeffer (20), cursa Teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) há nove meses. A escolha foi pelo reconhecimento da instituição como uma das melhores do país e com um Departamento de Artes Dramáticas bem-conceituado.

Sofia Schneider Schaeffer / Crédito: Arquivo Pessoal / Divulgação

A necessidade de mudar de cidade ocorreu pois o deslocamento de Teutônia para Porto Alegre todos os dias era inviável. A distância entre as duas cidades possibilita o contato próximo com a família e amigos, mesmo assim, foi um desafio. “Estar mais distante da minha família, que sempre foi minha base,e estar em uma cidade que não conhecia muito bem e é bastante diferente da cidade de onde vim foi bem desafiador”, afirma.

A projeção e o desejo de conhecer novos lugares e estudar em uma universidade federal sempre foi desejo desde muito nova. As oportunidades de trabalho com atuação em Teutônia seriam poucas se comparadas à capital. “Por conta do curso e da profissão que escolhi, ficar não era exatamente uma opção”, pontua.

Sacrifícios que valem a pena

A saudade inevitável da família e as responsabilidades provenientes de morar sozinha em outra cidade foram dificuldades. Apesar dos desafios, ela considera a experiência incrível. “A sensação de realizar algo que foi tão almejado faz tudo valer a pena. Toda essa situação faz crescer bastante a necessidade de responsabilidade em todos os aspectos da vida. Com isso vêm também uma sensação de independência. A gente percebe que é capaz de muito mais do que pensa”, reflete.

Aspirações em comum

Segundo Sofia, era comum em conversas com os amigos o assunto sobre mudar de cidade e até mesmo de país. Reconhece a segurança e comodidade da cidade onde cresceu, mas também julga faltar investimentos em diversas áreas para crescimento profissional.

Para a graduanda, o processo de mudança e início da vida profissional em outro lugar são poucos debatidos e deveriam ser tratados com mais importância. “Não é algo fácil de ser alcançado por diversos motivos, inclusive financeiros, dessa forma, muitos saem prejudicados e acabam impossibilitados de irem em busca de novas oportunidades”, argumenta.

Em busca de oportunidade 

O teutoniense Gustavo Henrique Nabinger (18), também se inscreveu na UFRGS. Ele foi aprovado para design visual. A escolha levou em conta sua criatividade e familiaridade com atividades artísticas e práticas. “Essa paixão foi se ligando com a tecnologia projetos gráficos durante a minha adolescência”, conta.

Nabinger se mudará para Porto Alegre em maio. A irmã se mudou em 2020 para a capital para estudar Biomedicina. Portanto, considera a mudança mais tranquila.

Apoio e incentivo

Os incentivos cercaram o jovem constantemente. Os pais motivaram. Os amigos estimularam e o lembraram de sua capacidade enquanto aguardava os resultados. O apoio da irmã e da tia também foram presentes. “Elas me encorajaram a ir para Porto Alegre. Agradeço muito a todos eles, que também estavam aqui para comemorar comigo quando a notícia chegou”, afirma.

O estudante se sente feliz com a realização que representa reconhecimento e recompensa pelos esforços. “Essa é sem dúvidas a maior conquista da minha vida até agora”, reitera.

Expectativas

Segundo Nabinger, alguns de seus amigos também têm o desejo de sair de Teutônia, devido as expectativas profissionais de cada um. Ainda segundo ele, alguns de seu grupo percebem a possibilidade de crescimento em Teutônia, em suas áreas de atuação, enquanto outros, enxergam melhores oportunidades em “cidades grandes”.

O que vem pela frente?

Apesar de o novo destino ficar perto, uma das maiores dificuldades ainda será ficar longe da família e amigos. A necessidade de se adaptar a uma nova rotina, em um lugar diferente, com pessoas diferentes e um sistema de estudo muito distinto da escola também necessitarão de flexibilidade e emprenho do jovem. “Mesmo sendo uma coisa que eu sempre sonhei, é um pouco assustador de se pensar o quão grande vai ser essa mudança”, revela.

Gustavo Henrique Nabinger / Crédito: Arquivo Pessoal / Divulgação
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