Para ‘desafogar’ emergência, HOB sugere criar parceria com Prefeitura para fins de semana e feriados

O custo da prefeitura seria com equipe de funcionários, no valor médio de R$ 30.651,12 por mês. Este valor, apresentado pela instituição, inclui o serviço de dois técnicos de enfermagem, um enfermeiro, um biomédico e um médico.

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O Ambulatório de Especialidades SUS fica em frente ao HOB/ Crédito: Eduarda Wenzel

Por conta da superlotação do Hospital Ouro Branco, de Teutônia, a direção da casa de saúde está com uma proposta para a Prefeitura de Teutônia. Conforme o diretor do Hospital Ouro Branco, José Paulinho Brand, essa ideia é para que o Ambulatório de Especialidades para atendimentos do SUS, que fica em frente ao hospital, seja transformado em um espaço de atenção secundária à saúde nos finais de semana e feriados. Já que esse setor não funciona nesses dias, estaria à disposição para esse novo serviço.

O projeto que faz parte do reposicionamento estratégico foi apresentado formalmente para o prefeito de Teutônia Celso Forneck (PDT) e secretário da Saúde, Juliano Körner, com detalhes de funcionamento e orçamento no dia 17. A ideia é que o governo municipal entre com os recursos de profissionais, já que todas unidades de saúde do município não atuam nesses dias.

Ele detalha que já que o município não possui um PA+ ou uma UPA, que seriam saídas mais eficazes, esse atendimento seria para sábados, domingos e feriados, das 10h às 22h, com foco nas fichas azuis e verdes, que são os casos sem gravidade. Assim, a emergência do HOB teria uma ‘folga’ na superlotação.

O custo da prefeitura seria com equipe de funcionários, no valor médio de R$ 30.651,12 por mês. Este valor, apresentado pela instituição, inclui o serviço de dois técnicos de enfermagem, um enfermeiro, um biomédico e um médico.

No ano passado, houve um reajuste no repasse do governo municipal para atendimentos da emergência do HOB, contudo, Brand alega que foi um aumento com base no número de atendimentos anteriores, que agora aumentaram. “Chegamos a 160 atendimentos por dia na última semana”, conta. A situação piora durante os feriadões, quando não há atendimento nos Postos de Saúde do município e as pessoas veem no hospital a única possibilidade de atendimento.

O diretor do HOB garante que os prefeitos dos demais municípios da região, que também utilizam dos serviços da casa de saúde, estão por dentro da situação e também são acionados nesses casos. “Deveríamos criar um grupo com esses municípios e discutir com efetividade a criação da UPA em Teutônia, pois com convênio eles também serão beneficiados”, cita.

A Prefeitura de Teutônia informou que está realizando o estudo técnico e financeiro para auxiliar o hospital nesta demanda. De forma imediata, a primeira ação será pagar um médico extra, 10h por dia, para atendimento no horário de maior demanda. “Este médico será exclusivamente para os munícipes de Teutônia, no atendimento de fichas verdes e azuis, neste sábado e domingo (29 e 30/4), no feriado segunda-feira, (1°/5) e no dia 24 de maio”.

AVALIAÇÃO

O coordenador da Emergência e Clínica Médica do hospital, médico Fábio Cardoso, explica que o espaço usado hoje para esses atendimentos não supre toda necessidade da demanda. “Além disso, não tem equipe profissional para acomodar todos como deveríamos. É um problema grave”, diz.

Para o médico, assim como em demais anos, as estações mais frias geram esse aumento na procura por conta de doenças gripais. “São patologias azuis e verdes, que nos hospitais significam pacientes com sintomas não urgentes, o que poderia ser resolvido em um posto de saúde ou UPA”, incrementa.

Ele ainda esclarece que os postos de saúde são focados em prevenção, atendimentos em doenças crônicas e promoção da saúde, em um nível primário.

Já os casos de doenças não urgentes, mas que precisam de um atendimento no dia, como são as viroses, gripes, dores e outros classificados como secundários, deveriam ser resolvidos em uma Unidade Pronto Atendimento (UPA). “É nesse sistema secundário que precisamos melhorar. Esse projeto seria algo que solucionaria a curto prazo, o ideal seria termos uma UPA+”, observa o médico.

UTI

Como apresentado em março, o hospital tem o objetivo de instalar uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas também projeto a médio prazo uma nova sede. A ideia é já ter essa unidade no atual prédio. Para o diretor essa é uma forma de ter prática e noção do que é realmente a UTI. “É uma questão de prudência e responsabilidade. E depois levamos essa estrutura para o novo hospital, até porque a parte de maior custo dessa unidade não é o prédio”, afirma Brand.

Já Cardoso detalha que na parte médica, a unidade possibilita novas especialidades para a região e, consequentemente, melhorias na saúde. Isso abre possibilidades de termos alta complexidade e também eleva o nível do hospital. Além de tudo, terá retorno financeiro em verbas do SUS. “Ela é fundamental para a nossa região, apenas nesta semana tivemos dois casos que foram encaminhados para outros municípios por falta de uma UTI aqui”, exemplifica.

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