Um procedimento entrou para a história do Hospital Bruno Born (HBB) na tarde desta quinta-feira (17/8): a cirurgia cerebral de um paciente de 28 anos que, acordado durante o procedimento, tocou ukulelê, instrumento musical de origem havaiana, semelhante a um cavaquinho.
O procedimento inédito na casa de saúde durou 6h e foi realizado pelo neurocirurgião Isaac Bertuol e equipe composta pelos doutores Carlo Domênico Marrone (neurologista e neurofisiologista), Fabiano Ruoso (neurocirurgião) e Brás Antônio Finamor (anestesista).
Após a cirurgia, considerada um sucesso pelo profissional, o paciente foi internado na UTI, onde se recupera.
Conforme Bertuol, definiu-se pelo procedimento de ressecção (retirada) com o paciente acordado em virtude de a lesão se encontrar em uma área eloquente do cérebro (estruturas que, quando lesadas, resultam em sequela).
“Durante o transoperatório, pudemos observar se atingíamos ou não a área de fala e compreensão. Ele tocava o instrumento para que pudéssemos acompanhar os movimentos e sua compreensão sobre a cirurgia. Fizemos perguntas sobre o trabalho dele, sobre sua rotina, entre outros”, explicou.
Cirurgias do tipo já haviam sido realizadas no HBB, mas sem paciente tocando instrumento musical. “Em situações do tipo, avaliamos as condições de abordagem e áreas eloquentes, minimizando riscos e possíveis sequelas”, diz o especialista.
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