Estrela se mobiliza após transferência do 40º BPM

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Encontro na manhã desta sexta-feira em Estrela reuniu diversas lideranças // Crédito: Carla Beckmann

O anúncio da mudança da sede do 40º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Estrela para Teutônia surpreendeu as lideranças estrelenses na sexta-feira (8/9) passada. Entidades de Estrela se reúnem desde segunda-feira (11/9) para tentar entender a transferência, traçaram plano de ação e pretendem reverter a decisão do Comando Geral da Brigada Militar. Diferentes órgãos e entidades estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (15/9) na sede da Faculdade La Salle para debater o tema.

O presidente da Câmara de Indústria Comércio e Serviços (Cacis), Gerson Strehl, deixou claro que não há nada contra Teutônia, mas é preciso defender Estrela. “Não queremos o mal de Teutônia e nem estamos contra Teutônia”, disse. Outras lideranças manifestaram a possibilidade de “criar um batalhão novo em Teutônia, mas manter o de Estrela”.

O presidente da Associação Estrelense Pró-Segurança Pública (Aespro), Rodrigo Tomasi, defende a manutenção do Batalhão em Estrela pela mobilização da cidade com terreno, dinheiro e vontade para construir uma nova sede. “É só buscar os meios administrativos. Sempre tentamos construir um novo batalhão. Agora seria o momento”, avalia.

O secretário de Administração e Segurança de Estrela, Cesar Augusto Pereira, considerou uma decisão equivocada, na hora errada e divulgada de forma errada. “Tinha motivo do Batalhão estar em Estrela, pela localização. Quem decidiu isto? É um retrocesso muito grande. Não podemos aceitar quietos, mas não sabemos se vai reverter. O secretário de Segurança precisa saber disso, pois os motivos alegados não existem mais. A comunidade que sempre se envolveu tomar um golpe desses quando estamos tentando nos reerguer?”, questiona.

“A Brigada tem os batalhões conforme o número de cidades e de população. Criar um novo é quase impossível e inviável. O Batalhão de Choque já poderia ter vindo para a região. O principal é não perder esta mobilização, com respeito. Acho que tem muito a ver com o secretário de Segurança. Ele não conhece a nossa região, não conhece Estrela. Ele assinou embaixo e tomou a decisão equivocada. Precisamos ir a Porto Alegre e fazer pressão. Isto precisa chegar no governador”, explana o comandante César.

Como policial militar da reserva, comandante César conversou com o subcomandante e com o comandante geral dias antes da decisão. Comentou que a fala deles seria pela mudança temporária, mas César reconhece que não existe este formato e que isto se torna definitivo. “Tenho meu sangue na Brigada e senti uma traição. Que tivesse conversado conosco antes, tentado nos convencer antes”, explica.

Não haverá mudança no trabalho

A preocupação dos líderes está no reflexo na segurança pública de Estrela pela mudança de Batalhão para Companhia. “Vai impactar em Estrela. A decisão foi puramente política. Foi uma facada pelas costas. Que se faça um batalhão em Teutônia”, foram algumas frases adicionais captadas pela reportagem durante o encontro.

O comandante do 40º BPM, major Fábio Kuhn, disse que não cabe a ele discutir as decisões tomadas e garantiu que Estrela não terá prejuízos operacionais no policiamento. “A decisão veio de cima, do Comando Geral da Brigada. E a mim cabe cumprir isso. Não cabe discutir as motivações. A Força Tática continua, a Patrulha Rural continua, as equipes do policiamento todas continuam e nenhum brigadianos de Estrela vai para Teutônia, a não ser o comandante. Inclusive os internos de Estrela vão para a rua e em Teutônia monto outra equipe”, explica.

Também estiveram presentes o prefeito Elmar André Schneider, representantes do Ministério Público, Ministério Público do Trabalho, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rotary Club, Lions Club, entre outras entidades.

Mais detalhes na edição deste sábado da Folha Popular.

Encontro na manhã desta sexta-feira em Estrela reuniu diversas lideranças // Crédito: Carla Beckmann
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