Orientadores educacionais de escolas de Lajeado participam de formação sobre bullying

A palestra faz parte de uma formação continuada da Secretaria de Educação para os orientadores educacionais.

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Crédito: Diulgação/AI Lajeado

A Prefeitura de Lajeado, por meio da Secretaria de Educação, realizou uma formação com uma palestra sobre Bullying (prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa), com Cleo Fante, para orientadores educacionais da rede municipal, nesta terça-feira, 02/04, no auditório da Secretaria de Educação (SED). Participaram orientadores educacionais de Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), de Educação Infantil (EMEIs) e de Projetos Vida.

A palestra faz parte de uma formação continuada da Secretaria de Educação para os orientadores educacionais. Cleo Fante iniciou a palestra apresentando exemplos, comportamentos comuns, dados e pesquisas sobre o bullying no país e no mundo. Ela ressaltou que entre os dados mais alarmantes estão as consequências causadas a longo prazo nas pessoas que sofrem bullying na infância.

– Conforme as pesquisas, é possível perceber que quem sofre o bullying frequente entre os sete e 11 anos pode desenvolver níveis acentuadamente mais altos de inflamação no corpo aos 45 anos. Isso prejudica o sistema imunológico e contribui para o desgaste dos órgãos, levando a condições de diabetes e doenças cardiovasculares. Ainda é possível concluir que o bullying na infância ou adolescência, dependendo da frequência e severidade, pode levar ao déficit cognitivo e a problemas mentais, como a demência – explica Cleo.

A palestra também abordou as fases do desenvolvimento das crianças e adolescentes e como é possível identificar o bullying em cada etapa.

Durante a tarde, a palestrante promoveu oficinas lúdicas para o enfrentamento do bullying nas escolas.

Sobre a palestrante

Cleo Fante é pioneira nos estudos sobre Bullying Escolar. Como formação, ela é doutora em Ciências da Educação, psicopedagoga e neuropsicopedagoga clínica e neuroterapeuta. Possui especialização em Neurociência Aplicada aos Transtornos Mentais, Comportamentais e de Aprendizagem.

Desde 2000, Cleo pesquisa o fenômeno do Bullying, sendo considerada “embaixadora” dos estudos sobre bullying no Brasil. Ela é autora do Programa Antibullying – Educar para a Paz, além de ser escritora com publicações no Brasil e na Colômbia. Também é diretora do CINA – Centro Integrado de Neurociência Aplicada.

Três dicas para enfrentar o bullying

Depois da palestra, a especialista Cleo Fante apresentou dicas de como enfrentar o bullying nas escolas:

– Conhecimento: a preparação, a formação do profissional para que ele compreenda, de fato, o que é o bullying. Para que ele não confunda com outras formas de implicâncias, de conflitos, de divergências, já que é muito comum que conflitos surjam em um local como a sala de aula. Às vezes, o aluno acha que a cadeira é dele e que precisa sentar ali e isso pode gerar um conflito, assim como um brinquedo no playground ou um trabalho em grupo. Tudo isso pode ser conflito e não bullying. São relações sociais que podem gerar conflitos e precisam ser resolvidas e diferenciadas do bullying. A formação continuada para identificar o bullying é essencial nestes casos.

– Prevenção: É preciso apostar em estratégias de resolução de conflitos e valores da educação socioemocional, saber se colocar no lugar do outro e apostar na habilidade empática. A empatia é fundamental para saber conviver em sociedade. Respeito, compaixão e amizade são valores que precisam ser usados como base para não ocorrer a prática do bullying.

– Identificação e intervenção: Saber diferenciar o que são brincadeiras da idade do que é realmente bullying. Na intervenção, o profissional deve incorporar uma neutralidade para não piorar a situação. Não pode expor a vítima, nem o agressor, para não intimidá-los. É necessário dar voz à vítima, empoderar, para que ela sozinha possa se impor sobre o autor da agressão. O professor precisa estar lá para intermediar e auxiliar na procura pela solução. Muitas vezes, o aluno autor do bullying já apresenta certa dificuldade nas relações sociais. É preciso relembrar as regras de convivência da escola, rever valores e tentar a solução. Caso o problema ainda não seja resolvido, é necessário acionar as demais instâncias da escola para buscar outras soluções.

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