Tragédia compromete a produção e a renda da agropecuária

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Residência da família Dientsmann / Crédito: Arquivo pessoal

O Vale do Taquari vive por dias melhores após a trágica enchente. Cidades foram destruídas pela força das águas, tanto o centro como o interior, que faz a máquina da agropecuária girar pelo estado. Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2019, o território Vale do Taquari é responsável por 54% da produção de erva-mate, 28,6% das aves, 15% de suínos e 8% do leite produzido no Rio Grande do Sul.

Os municípios ainda fazem levantamentos de quantas famílias e propriedades foram atingidas. Colinas já soma 50 propriedades afetadas de forma direta e indireta. O município de Colinas estima 150 famílias (Cidade e interior).

O prefeito Sandro Herrmann, em entrevista ao Grupo Popular na tarde de ontem (7/5), destaca que esses produtores conviviam diariamente com seus animais e chamavam todos pelo nome. “Passar a ser alguém da família, alguém que eles têm esse amor. Então quem não conhece atividade leiteira, é assim que as coisas funcionam. Há uma comoção muito grande desses produtores que perderam seus animais”, detalha.

Uma família que foi fortemente afetada tanto em sua residência, como no seu “ganha pão”, é a família Dienstmann. O casal Jorge Dienstmann e Simone Krakhecker, e sua filha Débora moram na Linha Chá da Índia, Distrito de Costão, em Estrela. “A vontade é abandonar tudo e ir embora. Nunca pensei em terminar com as vacas desta maneira. Nós não vamos continuar com nada. Vamos vender a terneirada, talvez ficar com 10 cabeças”, desabafa a filha.

A família perdeu silagem, galpão das vacas, sala de ordenha, composto. “É inviável a gente voltar lá e reconstruir sabendo que a cadeia do leite está comprometida. Nós levamos as vacas em um vizinho para ordenhar depois de uma semana, temos vacas debilitadas, não sei como aguentaram de pé, não demos boia suficiente para elas, apenas o necessário para se manterem”, conta.

Já com os aviários é a segunda vez que a família perde todos os frangos. “A situação está bem complicada, optamos por desistir de lá. A nossa sorte é que temos uma casa reserva construída em outro local e é lá que vamos morar”, conta.

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