Os movimentos migratórios entre as cidades gaúchas após os desastres ambientais são relevantes e devem ser contemplados pelas políticas públicas municipais. Isso porque os municípios que acolhem este novo contingente de pessoas, saídas de suas localidades, não possuem estruturas habitacionais, de saúde, educação e de gestão de resíduos adequadas para recebê-lo.
No Vale do Taquari, um dos municípios em destaque no recebimento de novos habitantes foi Teutônia. Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Luciano Carminatti, a cidade tem registrado o movimento desde a enchente de setembro de 2023. A chegada de novos moradores traz consigo o desafio de realizar a adequada coleta e destinação dos resíduos.
Como já abordado na edição da Folha Popular do dia 19 de maio de 2024, são quatro toneladas a mais por dia de resíduos gerados dentro do município. Segundo a empresa DRT, responsável pela coleta na cidade, são geradas 500 toneladas mensais.
Diante disso, a Administração Municipal busca alternativas para suprir essa demanda. Uma das medidas foi ampliar as equipes de coleta e a elaborar novo roteiro de recolhimento no perímetro urbano e nas linhas no interior. Os horários de coleta já estavam ampliados e, além do turno na noite, a DRT vinha trabalhando com mais um turno durante o dia.
O serviço de coleta tem, atualmente, quatro equipes de garis, que atuam em turnos intercalados. A partir disso, a mudança na programação ocorre tanto na área rural, como na urbana.
Medidas e soluções
Todavia, essa é apenas uma das ações quando se fala em meio ambiente e recolhimento adequado de resíduos. A implantação de coleta seletiva é uma das soluções, tanto para as questões ambientais, quanto para a manutenção da limpeza municipal. Carminatti aponta a importância de cada pessoa ter sua lixeira, em uma altura que dificulte aos animais pegarem as sacolas, mas que não atrapalhe ou atrase a coleta.
Esta questão também deve ser pensada por outra ótica, a de quem recolhe. Do lado “receptor” do lixo, estão os garis. Estes contam com o cuidado da população em colocar os rejeitos produzidos em suas residências ou estabelecimentos de maneira correta nas lixeiras, garantindo a segurança e a celeridade no recolhimento.
A produção de lixo na cidade reflete também nos gastos dos recursos municipais. A conta é simples: quanto mais lixo, mais equipes deverão estar nas ruas e mais dinheiro terá de ser empenhado na destinação dos resíduos.
Uma das formas para conter tamanha produção diária de rejeitos é a compostagem. Porém, a alternativa demanda um trabalho de base. Informar e ensinar sobre a importância da separação do lixo é responsabilizar aquele que o produz. A administração dos rejeitos, separando-os conforme as categorias, poderia diminuir a quantidade a ser coletada, uma vez que a parte orgânica poderia ser realocada em aterros e composteiras.
O secretário enfatiza que ainda há muito a ser feito em relação à gestão de resíduos na cidade. A população deve fazer a sua parte, pois “os rejeitos produzidos nas casas chegam às lixeiras contaminados”. Ou seja, recicláveis misturados com orgânicos e outros materiais. “Mesmo que hoje a coleta aconteça junto, lá no aterro, a cooperativa faz a triagem e poderia separar até 18% do material. Hoje não conseguimos esse percentual, pois com o lixo contaminado, é impossível realizar a reciclagem”, enfatiza.
Zona urbana
Bairro Canabarro e Linha São Jacó: coleta em segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 8h.
Bairro Centro Administrativo: coleta em segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 18h.
Bairros Teutônia e Alesgut: coleta em terças, quintas e sábados, a partir das 8h.
Bairros Boa Vista e Languiru: coleta em terças e quintas-feiras a partir das 18h e, nos sábados, a partir das 14h.
Zona rural
Linhas Lepoldina, Geraldo, Welp, Harmonia, Clara e Pontes Filho: coleta na 1ª e 3ª quartas-feiras de cada mês, a partir das 17h.
Linhas Capivara, Gamela, Catarina, Boa Vista Fundos, Wink, Ribeiro, Posses e Germano: coleta na 2ª e 4ª quartas-feiras de cada mês, a partir das 17h.