Campanha Junho Vermelho visa incentivar doação espontânea de sangue

Mesmo sendo fundamental, a coleta segura de sangue ainda é um privilégio para poucos.

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Por não ser produzido artificialmente, a doação é o modo de garantir sangue confiável / Crédito: Divulgação

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, globalmente, 42% do sangue doado ocorre em países de renda alta, que abrigam apenas 16% da população mundial. Em contrapartida, a maioria dos países de média e baixa renda têm baixos níveis de doações, e a carência de equipamentos para testar o sangue interfere na confiabilidade do material. Isso indica que, mesmo sendo fundamental, a coleta segura de sangue ainda é um privilégio para poucos.

Enquanto isso, no Brasil, aproximadamente 1,4% da população doa sangue, representando 14 pessoas a cada mil habitantes. Felizmente, o dado de 2023 representa 112.377 bolsas a mais do que em 2022.

Foi para incentivar ainda mais a doação recorrente e por conta própria que a Assembleia Mundial da Saúde instituiu, em 14 de junho de 2005, o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data homenageia o nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos.

Como o sangue não é produzido artificialmente, a doação voluntária é o modo de garantir o estoque do material. São retirados de 300 a 500 mililitros por contribuição, sendo que a quantidade não afeta a saúde do doador, desde que respeitado o limite de dois meses para homens e de três meses para as mulheres.

O sangue é subdividido em hemácias, plaquetas e em plasma, podendo ajudar vários pacientes com apenas uma coleta. A doação auxilia no tratamento de doenças como leucemia, anemia e diferentes tipos de câncer, bem como em intervenções emergenciais causadas por desastres naturais, conflitos armados e acidentes.

A especialista, responsável técnica e gerente do Hospital Ouro Branco, Lisiane Belinaso, explica que a casa de saúde tem uma agência transfusional, responsável pela estocagem das bolsas de sangue e hemocomponentes. Podem ser armazenadas cinco ou seis bolsas, utilizadas em casos emergenciais.

“Temos o suporte do banco de sangue de Lajeado, o Hemovale. Mas sempre tomamos cuidado com a quantidade, para que não haja muito sangue em estoque e acabe estragando. A partir do momento da doação, uma série de exames são feitos na bolsa, que tem uma validade de 35 dias”, afirma.

Lisiane explica que o paciente recebe toda a orientação, passa por entrevista sobre seus hábitos, se usa ou não medicação e qual. Todas as informações são importantes para garantir a confiabilidade do sangue recebido.

“O momento de doação é inexplicável, podemos ajudar tanta gente. É fundamental doar, pois as pessoas fazem transfusões com frequência e isso dá a elas qualidade de vida, ajuda no tratamento e bem-estar”, complementa a especialista.

Como doar

Para doar sangue, os voluntários devem se dirigir até o Hemovale, das 7h30 às 13h, de segunda a sexta-feira. Nos sábados, o atendimento ocorre das 7h30 às 11h, somente com agendamento pelo (51) 9 8208-0885 (WhatsApp), 3748-0442 ou 3011-0631 . O banco de sangue de Lajeado fica no 3º andar do Hospital Bruno Born, com entrada pelo acesso aos visitantes, na Avenida Benjamin Constant.

Para doar, é necessária a apresentação de um documento de identificação com foto, ter entre 16 e 69 anos de idade; estar em boas condições de saúde; não fazer uso de medicações contínuas; pesar mais de 50 quilos; e não ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva nos 12 meses antes do ato.

No caso de doação de plaquetas, o voluntário não pode ter feito uso de medicamentos anti-inflamatórios há menos de três dias precisa estar alimentado no dia da doação, diferente da coleta para exames, que é feita em jejum. Entretanto, não são recomendadas refeições pesadas nas três horas que antecedem o processo.

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