22 de novembro é considerado do Dia das Bandinhas Alemãs no RS

A data reconhece as bandinhas alemãs como de relevante interesse histórico para o estado

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Crédito: Ramon Lopes / Divulgação

No dia 26 de julho, o governador Eduardo Leite promulgou a lei nº 15.950/2023, que reconhece as bandinhas alemãs como de relevante interesse histórico para o estado do RS. O projeto estabelece uma data comemorativa para as bandas no Calendário Oficial de Eventos e Datas comemorativas do Rio Grande do Sul. Agora, o dia 22 de novembro é reconhecido como o Dia das Bandinhas Alemãs. A proposta foi idealizada por Jorge Guth, locutor da Rádio Imperial FM, e o projeto tem autoria do deputado estadual Elton Weber.

No ano em que se celebra o bicentenário da imigração alemã, a cultura dos descendentes ganha ainda mais destaque. O presidente da Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã, Rafael Gessinger, esteve presente na assinatura do projeto. Na ocasião, ainda houve uma reunião com a secretária do Estado alemão de Renânia-Palatinado, Daniela Schmitt.

Idealização

As bandinhas englobam parte da cultura alemã dos gaúchos e levam tradição e alegria para toda a população, com cerca de 200 conjuntos musicais espalhados pelo RS. Os grupos têm o poder de alegrar e aproximar centenas de pessoas em bailes, festas comunitárias e eventos.

A ideia de criar uma lei que reconhecesse as bandinhas surgiu em um programa de rádio entre amigos. Há seis meses, em uma conversa na Rádio Imperial, um grupo de músicos debatia a importância do reconhecimento e da manutenção das bandinhas.

Durante o diálogo, o locutor sugeriu que fosse instituída uma lei que protegesse essa parte tão importante de nossa cultura. Após, entraram em contato com o deputado e a iniciativa foi encaminhada, votada no dia 9 de julho na Assembleia Legislativa e promulgada pelo governador Eduardo Leite.

O músico, professor e produtor musical Cristiano Scheifler e mais dois artistas participaram da sansão do projeto no gabinete do governador Eduardo Leite no dia 26. Cristiano está na música há 35 anos, toca na banda Os Montanari, de Blumenau/SC e dá aulas de música em Barão, São Pedro da Serra e Westfália. O artista é membro de uma família musical que iniciou com seu bisavô, e repassa os conhecimentos ao seus alunos.

Ainda na visita, os artistas tiveram contato com a comitiva da Alemanha. “Eles nos viram de trajes típicos e quiseram nos ouvir tocar, agradeceram por estarmos vestidos assim e preservar aquilo que também é preservado na Alemanha”, diz Scheifler.

Para o artista, a lei é de extrema importância para os conjuntos musicais. “O fator principal é justamente o reconhecimento, essa é a palavra-chave. O reconhecimento gera respeito”, afirma.

Música em família

Mais uma vez, a tradição é passada de geração em geração. A Super Banda Hopus, de Montenegro, foi fundada por pai e filho, Adriano e Anélio Krahl, em 1993. “A música faz parte da minha história de vida desde que eu tenho as mais remotas lembranças. Meu pai sempre foi músico”, diz Adriano. Pai e filho também trabalharam juntos na Banda Luar, em meados de 1989.

Em sua história, a Super Banda Hopus acumula um DVD, uma coletânea e diversos singles e videoclipes. Também coleciona apresentações em Bailes de Kerb, Festivais de Chopp e Oktoberfests.

Adriano é arranjador, vocalista e saxofonista da banda. O conjunto está ativo há 31 anos ininterruptos, ainda com os fundadores em atuação. “Fico muito feliz de poder tocar ao lado do meu pai, com meu irmão Carlos e demais integrantes, os irmãos que a música me deu”, afirma.

Em 2024, banda lançou uma música em homenagem aos descendentes e colonizadores. O videoclipe “Já Faz 200 Anos” está disponível no YouTube.

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