Desde maio deste ano, a logística e a mobilidade de estradas e rodovias estão comprometidas. Os impactos da força das águas foram drásticos e sentidos, sobretudo, por quem transita pela BR-386. As pontes sobre o Rio Taquari e a sobre o Arroio Boa Vista são vias fundamentais ao escoamento da produção das cidades do Vale do Taquari e importantes acessos a outras tantas cidades gaúchas. Comprometidas, ambas passam por recuperação e reestruturação desde das cheias deste ano.
A CCR ViaSul estima que a obra sobre o Arroio Boa Vista será concluída apenas em outubro. Gabriel Cunha, coordenador de Engenharia da CCR ViaSul, explica que a recuperação da estrutura no km 351 entre Lajeado e Estrela teve problemas de diferentes magnitudes. A ponte apresenta danos estruturais e geotécnicos, estes relacionados à cabeceira de solo e ao encontro da ponte.
Obras emergenciais na estrutura
Há poucas semanas, neste encontro da ponte havia uma montanha 40 mil metros cúbicos de pedras encostadas na obra, parte chave para abastecer e realizar o reforço. O volume é significativo para um local tão pequeno como a cabeceira da ponte.
Contudo, no andamento das obras, o monitoramento apontou uma movimentação da cabeceira na parte da estrutura, envolvendo não somente a cabeceira na parte do solo, mas na estrutura em concreto. Desta maneira, as obras da concessionária voltaram-se a um projeto de reforço nessa estrutura com pedras e a realização de uma segunda toada emergencial na ponte, daí o segundo momento de interdição do trânsito.
Como a CCR ViaSul procede
Diante das intercorrências, a concessionária trabalha na recuperação e reforço desse bloco da cabeceira. Há a necessidade de escavação e execução de estacas que darão suporte a esse apoio. O objetivo é impedir futuras movimentações. Na altura do km 351, há quatro faixas, duas na pista norte e duas na sul. “Porém, neste momento de obras, não conseguimos deixar as quatro faixas atuando, por uma questão de espaço. Estamos com uma faixa na sul e três em atuação. Isso é necessário para que possamos fazer a escavação, o reforço dos pilares com as estacas, sua amarração, a aplicação da capa asfáltica e, depois, liberarmos para o outro lado”, explica Gabriel.
Duas fases de obras
Para manter o fluxo de veículos, a concessionária optou por um cronograma de obras que procura gerar menos impacto ao usuário. Porém, o tempo para a execução e conclusão é um pouco mais extenso. A obra é realizada de forma faseada, com trabalhos no período noturno para acelerar ao máximo a finalização. Além disso, os trabalhos são realizados por um maior número de trabalhadores e de caminhões.
Porém, há etapas em que não há como jogar contra o tempo. É o caso da cura do concreto, que necessita de uma resistência mínima. “Realmente, por ser uma obra de concreto armado, temos um prazo mínimo para fazer, que é cumprir essas etapas. Elas são como um ciclo de atividades”, detalha o engenheiro.
Para a cura do concreto, estima-se cerca de 7 dias para atingir a resistência, e a parte da capa asfáltica levará entre 24h e 48h.
Revisão do contrato
As obras foram retomadas pela CCR ViaSul na semana passada, com equipes trabalhando na limpeza e terraplenagem. As execuções estavam suspensas para a revisão do contrato de trabalho junto ao consórcio entre a Odebrecht e a China Power. A partir da alocação de recursos dentro do contrato, foi possível atender mais frentes de trabalho como as obras no Bairro Montanha, em Lajeado.
“Conseguimos alocar recursos lá, analisando sempre o planejamento unificado nas obras. Então, essas obras e outras que retomamos e estamos trabalhando são pontos onde vamos atuar inicialmente e, também, em pontos nos quais já estamos com obras na parte de conclusão para podermos liberar”, finaliza Gabriel.