Cooperativa Languiru entrega relatório final ao Ministério Público

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Em 73 páginas, o documento aponta responsáveis pela crise e será o início para uma investigação interna / Crédito: Arquivo Folha Popular

Responsável pela auditoria independente sobre a crise na Cooperativa Languiru, a Dickel e Maffi Auditoria e Consultoria entregou à cooperativa, na quinta-feira (31/10), o relatório final sobre os últimos 5 anos de atividade da empresa. Em 73 páginas, o documento aponta responsáveis pela crise desencadeada na cooperativa e será o início para uma investigação interna. Uma cópia foi entregue ao Ministério Público, que fará uma investigação do caso paralela à da Languiru.

O presidente liquidante da cooperativa, Paulo Birck, explica que as informações serão disponibilizadas aos associados, mas ainda sem os nomes dos envolvidos. “Aparecem muitos nomes, matrículas, mas precisamos entender se esse associado não foi usado de forma irresponsável por outra pessoa, que também terá que ser chamada”, pontua. Birck conta que está desde sexta-feira lendo o documento, e que é preciso cautela para não iniciar uma “caça às bruxas”.

Próximos passos

O Ministério Público também conduzirá uma investigação, pois a crise envolve, ainda, empresas que eram contratadas pela cooperativa. “Há empresas que validaram informações em lotes que nem estavam ativos. Podem se recusar a nos responder, mas ao MP, não tem como. São questões de responsabilização civil e criminal”, aponta Birck. A intenção é investigar como mais de R$ 3,5 bilhões foram gastos e quais foram os agentes financeiros envolvidos. Isso engloba também a auditoria interna da empresa na época.

Segundo o presidente, a expectativa é definir, nesta semana, a melhor forma para que os associados tenham acesso ao documento. O mais provável é que ele seja disponibilizado dentro da cooperativa, em horário agendado, sem a possibilidade de fotografar ou fazer outros registros. “Estamos montando uma estratégia para isso. Não será uma cópia, porque vamos extrair os nomes citados, mas sim um documento que dê conta da complexidade do relatório, com todas as informações”, explica Birck.

Concluída a investigação interna, espera-se que a apuração esteja finalizada até a próxima assembleia, em março de 2025, quando os nomes dos envolvidos devem ser divulgados.

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