A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, na segunda-feira (16/12), a escolha de Rafael Rodrigo Klein como o melhor árbitro do Campeonato Brasileiro de 2024. Natural de Poço das Antas, o também professor de Educação Física se destacou neste ano ao apitar 21 partidas no Brasileirão e conquistou ainda mais espaço nos gramados do país.
Além dele, outros três árbitros formaram a equipe do ano selecionada pela CBF: os assistentes Nailton Júnior e Neuza Inês Back e Wagner Reway, que atuou na arbitragem de vídeo (VAR). Os quatro integram o quadro da Fifa e já têm experiência a nível nacional e internacional.
Aos 34 anos, o poçoantense se formou em Educação Física na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e concluiu seu curso de arbitragem pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) em 2012. Sua estreia na primeira divisão do Campeonato Brasileiro foi em 2022, quando consolidou sua posição como árbitro principal ao atuar em decisões da Série C de 2022 do Campeonato Gaúcho e da Copa do Brasil de 2024.
Rafael Klein ficou extremamente feliz em ter recebido a premiação, principalmente ao considerar a concorrência e o nível do campeonato nacional. “Ter seu trabalho reconhecido diante de um grupo tão seleto de árbitros a nível nacional e em uma das competições mais difíceis e equilibradas do mundo. Estar no país do futebol, que traz essa paixão gigante, praticamente se respira futebol, é de muita alegria”, comemora.
Ele também destaca que, mesmo com o prêmio, ainda há muito para melhorar. “Obviamente, tenho a compreensão de que, dentro de campo, isso não mudará nada. Preciso e tenho muitas situações para corrigir e evoluir. Porém, significa que estou no caminho certo e é nesse rumo que devo seguir”, analisa.
Avaliação da temporada
Rafael avalia a temporada como significativa, com diversas oportunidades e evoluções, ao apitar as decisões da Recopa Gaúcha (Grêmio e São Luiz), do Campeonato Gaúcho (Grêmio e Juventude), a final da Copa do Brasil (Flamengo e Atlético Mineiro), o primeiro jogo internacional na Copa Sul-Americana, a Libertadores e as Eliminatórias da Copa do Mundo (Paraguai e Argentina).
“Todas essas experiências são extremamente importantes para que, no futuro, possamos dar um passo a mais na carreira. Tenho aprendido muito, busco extrair o máximo possível de tudo para crescer. Foi um ano especial, com muitas finais e clássicos como Fla-Flu, São Paulo e Corinthians, entre outros momentos”, pontua.
A vida de um árbitro no Brasil
Para Rafael, a vida de um árbitro no Brasil é repleta de renúncias. Rotineiramente, o árbitro não tem muitas certezas sobre como será seu fim de semana ou se poderá participar de alguma programação. “Por conta das escalas, não sabemos quando vamos trabalhar. É muito relativo, precisamos sempre nos organizar e nos preparar para quando as oportunidades chegarem, com treinamentos, disciplina e preparação em diferentes setores (mental, físico, técnico e social)”, reitera.
Além disso, Rafael busca ter seus momentos de lazer e com a família e amigos, o que considera importante para sua resiliência. Ele também conta com uma equipe de profissionais que o ajudam a evoluir. “Conto com uma psicóloga, nutricionista, preparador físico e ainda faço minha preparação técnica. Sempre tenho o hábito de analisar os jogos, olhar com calma e pontuar as situações em que devo melhorar”, acrescenta.
Objetivos para 2025
Na próxima temporada, Klein quer dar um passo a mais em relação a este ano. “Quero evoluir em alguns aspectos que não saíram tão bem em 2024. Passei por enormes desafios, e essas dificuldades que encontrei no decorrer do processo, desde o curso de arbitragem em 2012, me fizeram amadurecer e evoluir”, comenta.
Rafael também quer trabalhar nos erros e críticas direcionadas aos árbitros. “Hoje em dia ficou muito fácil apontar erros e equívocos dentro de um sistema, pessoa e trabalho. A forma como lidamos com isso é de grande importância, além da disciplina, necessária no dia a dia e em momentos de crise. Tudo fica mais difícil quando as coisas não acontecem como planejado. No campo, sempre procuro lidar com muito respeito, e isso precisa ser mútuo: do jogador para o árbitro e da arbitragem para o atleta, comissões, imprensa, entre outros, ressalta.
Klein considera a transparência nas decisões e a confiança a ser transmitida como um dos principais pilares para um árbitro.

Crédito: Arquivo Pessoal

na final da Copa do Brasil,
entre Flamengo e Atlético Mineiro
Crédito: Arquivo Pessoal

entre Argentina e Paraguai
Crédito: Arquivo Pessoal