A Escola Municipal de Ensino Fundamental Leo Joas, localizada no Bairro das Indústrias, foi uma das instituições de ensino mais fortemente atingidas pela enchente de maio. Devido à destruição da área, o município conseguiu a aprovação de recursos do governo federal para a construção de uma nova escola. Contudo, o terreno indicado pela gestão anterior, situado em uma área elevada do Bairro das Indústrias, não foi aprovado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por não atender aos padrões exigidos para a implantação de escolas modelo federal.
Conforme o vice-prefeito Márcio Mallmann, uma das regras não cumprida é que o terreno não está adequado ao tamanho, sendo menor que o necessário pelo FNDE. De acordo com a prefeita Carine Schwingel, em entrevista à Rádio Popular na quarta-feira (15/1), a verba do governo federal será destinada à construção de uma escola em Costão. Considerando a necessidade de uma escola no Bairro das Indústrias, a gestão anterior optou por financiar a construção com recursos próprios do município, no valor de R$ 7 milhões.
“Terça-feira eu estava com o Maneco, nosso representante junto ao governo federal, e mostrei minha preocupação. Porque, se o governo federal libera recursos para novas escolas, por que precisamos recorrer a financiamento? É um empréstimo. Mas, agora, o processo está encaminhado assim”, pondera a prefeita. O secretário de Educação, Paulo Gustavo Sehn, dialoga com a comunidade para compreender suas necessidades e preferências.
Apesar de questionar a decisão de financiar o projeto, Carine garantiu que dará continuidade aos projetos já iniciados. “Nossa única preocupação é que existem recursos do governo federal disponíveis para a construção da escola. Talvez não fosse necessário realizar um financiamento, mas, se esse é o caminho e a comunidade entende dessa forma, assim faremos”, reforça.
Retorno das aulas
Enquanto a nova escola não é construída, os alunos da Leo Joas estão sendo realocados para outras instituições de ensino. Neste ano, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação já enviou ao estado a proposta de utilizar salas de aula do Instituto Estadual de Educação Estrela da Manhã (IEEEM) e da Escola Vidal de Negreiros. Também há a possibilidade de utilizar a Escola Estadual de Educação Profissional Estrela (EEEPE).
A administração municipal também trabalha para reabrir três escolas desativadas desde a enchente, localizadas nos bairros Arroio do Ouro, Oriental e Auxiliadora. A reabertura dessas unidades conta com o apoio das comunidades escolares e dos Conselhos de Pais e Mestres (CPMs), que se disponibilizaram para ajudar nas reformas.
Reutilização do espaço
A prefeita também mencionou a existência de um laudo recomendando a demolição do atual prédio da Escola Leo Joas. No entanto, considerando os investimentos recentes, como a inauguração de um ginásio há pouco mais de 2 anos, Carine defende a reutilização do espaço para outras finalidades.
“Entendo que estamos em uma zona de risco e estamos orientando as famílias a deixarem a área. Mas, como eu sempre dizia durante a campanha: não podemos esquecer a cidade que existe”, afirmou Carine. Ela declarou estar em contato com o governo federal para buscar uma nova utilidade para o prédio, destinada a funções que não envolvam aulas regulares e que garantam a segurança dos alunos, como atividades esportivas e oficinas de turno inverso.
Para isso, será necessário realizar novos estudos e obter um laudo que autorize o uso do espaço, sem comprometer os recursos já aprovados pelo governo para a construção de um novo prédio.