O aumento de R$ 0,22 por litro no diesel, anunciado pela Petrobras, deve ter um impacto entre 2% e 2,5% no transporte rodoviário de cargas, afetando o preço dos produtos em supermercados, farmácias e lojas. Esse aumento deve levar cerca de duas semanas para chegar aos postos de combustíveis. Mais da metade da carga transportada no Brasil utiliza rodovias, tornando o país dependente do transporte rodoviário para abastecer a população. O diesel, usado por caminhões, representa cerca de 35% do valor do frete e impacta os preços dos produtos.
É difícil prever exatamente quando o aumento chegará aos produtos, pois depende do repasse do valor do combustível ao frete rodoviário, com contratos que estabelecem preços fixos e renegociações anuais. Caminhoneiros autônomos devem repassar a alta do diesel mais rapidamente.
O diesel também é usado em máquinas agrícolas, geração de energia elétrica e ônibus urbanos, impactando indiretamente a inflação. A dependência do transporte rodoviário no Brasil faz com que quase todos os produtos tenham uma parcela do diesel em seus preços. O impacto do combustível é maior nos alimentos do que em eletrodomésticos, eletrônicos e carros. Valdivia observou que o Brasil tem longas distâncias que poderiam ser percorridas por navios ou trens, mas atualmente são feitas por caminhões, o que encarece o processo.