Após receber laudo condenando a estrutura que abrigou o antigo Hospital Teutônia Norte por quase 30 anos, construída há quase 90, a prefeitura de Teutônia realizou a demolição do prédio nesta terça-feira (18/3).
Segundo o prefeito Renato Altmann e o vice-prefeito e secretário de Educação, Evandro Biondo, no futuro o terreno de 4,6 mil metros quadrados deve receber investimentos na área da educação. “Estamos avaliando se na educação infantil, no ensino fundamental ou no turno inverso”, apontam.
Segundo a secretaria, Teutônia possui mais de 500 crianças na fila de espera por vaga na educação infantil. Das 543 crianças, as da turma 2, que engloba de 1 a 2 anos, são as que somam o maior contingente de espera, seguidas pelos alunos de 2 a 3 anos.
No início de janeiro, o poder público teve uma reunião com a gestão da Comunidade Evangélica Paz para ocupar o prédio da antiga Escola Dom Pedro II, do Bairro Teutônia. Com as reformas e melhorias, a prefeitura pretendia acomodar cerca de 80 crianças. Porém, a comunidade entendeu que não deseja essa mudança, e o Executivo foi em busca de outras soluções a curto prazo.
Visões sobre a derrubada
Enquete realizada pelo Grupo Popular na semana passada revelou maioria favorável à demolição do prédio, por considerar a estrutura precária e insegura. No entanto, aqueles que presenciaram a ação não estavam contentes com o desaparecimento do imóvel histórico.
Na edição desta quarta-feira (18/3), a Folha Popular trouxe opiniões daqueles que assistiram a queda da estrutura.
Para a arquiteta Joseane Luísa Ludwig, 36, o prédio era um ícone importante não só para o bairro, mas também para a cidade. “Um dos únicos exemplares que ainda restavam da nossa história. Sei do laudo, mas essa discussão já existe há anos. Acredito que não poderia ter deixado chegar nesse ponto [a deterioração]”, lamentou.
Ildo Gräbin, 68, mora no bairro há 35 anos. Tendo atuado como pedreiro, demonstrou tristeza em ver as condições do imóvel. “Não se encontram mais estruturas como essa, com tudo bem trabalhado e pedra de areia”, diz. Acredita que o prédio deveria ter sido restaurado há muito tempo. “Podia estar funcionando o posto de saúde”, sugeriu.
Porta de entrada do bairro
Asido Dreyer teve grande contribuição ao município. Seu nome está eternizado na rua lateral do hospital, que faz esquina com a Maurício Cardoso e passa em frente à Fundação Agrícola Teutônia (FAT), hoje Colégio Teutônia, a qual presidiu. Figura histórica do bairro, Asido veio a falecer no Hospital Teutônia Norte.
Seu filho, o médico Carlos Renato Dreyer, disse à Popular, na semana passada, que a indicação pela demolição era previsível, como já fora sugerido anteriormente. “Aconteceu com o hospital o mesmo que com uma série de hospitais pequenos, a exemplo de Imigrante, Paverama e Poço das Antas. Mas é lamentável o prédio ter sido abandonado por décadas”, comentou.
No entanto, acredita que a área será bem mais valorizada sem o prédio, pois, mesmo que fosse viável reforma-la, a construção não condiz mais com as atuais. “Ainda assim, é a porta de entrada do Bairro Teutônia. Se for possível manter uma parte da fachada como lembrança, acho que seria ideal”, disse. No entanto, a estrutura foi quebrada pelas pás da escavadeira.
Dreyer torcia para que a área permaneça com o poder público, seja para a construção de um posto de saúde, creche ou área permanente para artes. “Que o Município seja o promotor de coisas boas que possam acontecer nessa área”, disse.