A profissão de quem tem o dom de acolher, amar e se dedicar ao próximo

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Lar de Idosos Opa Haus realizou surpresa para homenagear as responsáveis pelo acolhimento aos 40 usuários da instituição / Crédito: Camille Lenz da Silva

Uma profissão que precisa ser sentida e fazer sentido, antes de tudo, no coração. Essa é a realidade dos profissionais cuidadores de idosos. Um trabalho difícil, muitas vezes invisível, mas que oportuniza trocas constantes de amor, carinho e aprendizado. “Eles são como nossa família, têm muito a ensinar e nós, muito a aprender. A gente ama o que faz, por isso estamos aqui, escolhemos estar aqui”, diz a jovem Ana Paula Renner Machri, que atua no Lar de Idosos Opa Haus, em Teutônia, há 2 anos.

“Tu podes estar nos teus dias mais ‘pra baixo’, mas chegar aqui e dar uma boa tarde pra eles, um bom dia, eles te respondem logo com um sorriso no rosto, te dão um conselho, um abraço apertado. Não tem preço, não tem explicação. É a profissão que realmente me ensinou o que é o amor, na qual eu realmente me encontrei”, acrescenta a cuidadora Ariana Michele Lang.

Para elas, a profissão de cuidador não é só “trocar fralda”: é o carinho, o abraço, a atenção, um beijo no rosto, um “até amanhã” e uma expectativa pelo próximo dia. Ambas compartilham a alegria do trabalho com 13 cuidadoras que atuam no Opa Haus.

E, para valorizá-las, todas foram convidadas para uma surpresa: um momento de integração com café da manhã especial e descontração, com dança e participação dos idosos. Para a administradora do Opa Haus, Tatiana Renner, todas as 23 pessoas que trabalham no lar de idosos e estão envolvidas, sejam cuidadoras, enfermeiras, cozinheiras, fazem parte dessa cadeia de cuidado, carinho e amor.

“Quem está aqui no dia a dia sabe que não é fácil. Com o idoso e a criança a gente tem que ter um olhar diferente. Só que o idoso já tem uma história. Então a gente tem que saber cuidar dessa história, porque eles merecem todo o carinho e apoio. E os cuidadores também merecem esse cuidado, atenção e valorização, pois é uma profissão muito linda”, aponta Tatiana.

A cuidadora Edinéia Lahm concorda. Ela é uma das profissionais mais antigas da casa. Muitos idosos passaram por suas mãos experientes e seu sorriso contagiante em 16 anos de atuação. Hoje, ela coordena o turno da manhã. “Eu venho trabalhar feliz, sabendo que aqui vou ser bem acolhida. Tu dás bom dia, eles te recebem, é muito bom. Gosto muito de trabalhar aqui, é um trabalho que me realiza, feito com amor e carinho”, aponta.

Olésia Wünsch é a coordenadora da tarde. Há 10 anos no Opa Haus, ela afirma que não trocaria o local por nada. “Sou bem realizada no meu trabalho, amo estar aqui, me encontro aqui. É muito gratificante, damos carinho e recebemos mais, eles perguntam como estamos todos os dias”, considera. Agradece pelo reconhecimento, pois o trabalho é feito com muito carinho e dedicação. Ressalta ainda a união de todos. “Precisa de força, companhia. Decidimos coisas juntas, tem que ser um trabalho em equipe”, diz.


Olésia (e), Ariana, Ana Paula e Edinéia compartilham diariamente as alegrias da profissão / Crédito: Camille Lenz da Silva

Afeto e aconchego

Mesmo após 33 anos de história, o contágio das risadas é diário no Opa Haus. O lar de idosos é mantido pelo Clube de Mães Lar da Amizade, que também é responsável pela Escola de Educação Infantil Cirandinha. O cotidiano é intimista e reforçado pela presidente do clube, Maria Ledi Cardoso, e pelas membras Vera Fontana, Maria Lúcia Blazoudakis e Margrit Grave. Vera, colunista regular da Folha Popular, leu um poema de sua autoria dedicado às cuidadoras, que se encontra no lado direito desta reportagem.

Todas as mulheres apreciaram a surpresa – um momento para compartilharem risadas, um alimento feito por mãos amorosas e mensagens sinceras de companheirismo e afeto umas pelas outras.

Sejam novas ou mais experientes, todas as cuidadoras têm algo em comum: o sentimento de estarem no lugar certo, dando e recebendo amor todos os dias. No Lar de Idosos Opa Haus, quem chega sente no ar o carinho, o acolhimento, a paz de espírito e uma união familiar que somente pessoas sem laços sanguíneos em comum experimentam.

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