
O 11º Seminário Regional de Meliponicultura movimentou o Colégio Teutônia no fim de semana. Na sexta-feira (21/3) aproximou estudantes das abelhas sem ferrão, com o objetivo de desmistificar e criar relação com os insetos. Conheceram as espécies criadas por meliponicultores do Vale do Taquari e aprenderam sobre o processo de polinização, experimentaram o mel e a importância delas para o ecossistema.
Segundo pesquisas, as abelhas sem ferrão são consideradas os seres vivos mais importantes do planeta, pois garantem a sobrevivência de diversos ecossistemas através da polinização.
O sábado (22/3) marcou palestras técnicas e a abertura oficial do evento, com as manifestações das autoridades convidadas. A diretora do CT, Fabiane Dentee Wommer, deu as boas-vindas e destacou a importância do produtor. “Uma das atividades mais nobres e essenciais na nossa sociedade. A meliponicultura, com sua relevância na preservação ambiental e geração de renda sustentável está diretamente alinhada com os princípios que defendemos. Por isso, sentimo-nos extremamente felizes por receber a todos na nossa escola”, comenta.
O vice-prefeito Evandro Biondo classificou o evento como “uma colmeia, porque todos se envolvem. É importante e fundamental, porque tratamos de uma situação ambiental e de sustentabilidade. Acompanho a aprendizagem sobre meio ambiente com os alunos e a gente sabe que não está legal. De 2014 para cá evoluímos muito. Está tudo integrado na natureza e sabemos da importância das abelhas sem ferrão”.
O coordenador regional da Emater, Cristiano Laste, observou sobre o dia especial. “A meliponicultura vem crescendo diariamente. Não viámos esse envolvimento na cidade, hoje até nos apartamentos tem [caixas da abelha sem ferrão]. Além de todo bem que faz, também gera bem-estar para as pessoas
O representante das cooperativas Sicredi, Isaías, destacou o apoio ao evento para os participantes “terem o compartilhamento de boas práticas e de novas ideias, porque faz que a gente evolua. Acreditamos que juntos podemos ser mais fortes”, expôs.
O presidente da Federação das Associações dos Meliponicultores do Rio Grande do Sul (Femers), Nelson Angnes, lembrou do pioneirismo da Amevat na difusão do modelo de associativismo na meliponicultura. “Poucos conheciam as abelhas sem ferrão, seus diferentes méis e importância para o ecossistema. No dia 5 de abril de 2014 surgiu a Amevat. Oa associativismo é muito importante”, disse. Atualmente, no Estado são 18 associações formalizadas e unidas por meio da Federação. Outras 15 entidades estão se organizando e devem estar aliadas até o fim do ano. “A Meliponicultura está em franco crescimento”, comenta.
A representante do Estado, Mareli Lerner Vogel, destacou o empenho desde 2019 junto ao governo do Estado para regulamentar a lei de criação das abelhas nativas sem ferrão. “Não foi fácil, mas fomos nas agendas da Agricultura e Meio Ambiente. Eram questões técnicas e tínhamos entraves. Agradecer o ex-chefe da Casa Civil, Jonatan Brönstrup, e a secretária Marjorie Kauffmann por abraçarem a causa para resolver. Ainda há entraves para regulamentar algumas espécies. E regulamentar a produção dos produtos. Enquanto estiver, sempre defenderei a causa”, comenta.
O presidente da Associação dos Meliponicultores do Vale do Taquari (Amevat), Paulo Conrad, desejou um bom evento e mostrou-se entusiasmado com a presença de delegações de diferentes regiões gaúchas. “Troquem ideias, conversem, façam negócios e aproveitem o evento”, apontou.
Palestras técnicas
Elias Eduardo Vieira falou “Como o mercado de crédito de carbono pode ajudar a meliponicultura”. Trouxe informações acerca do tema e acredita que os créditos de carbono só ganharam notoriedade por gerarem “valor financeiro, um retorno econômico, não pela consciência ambiental”.
O professor Jefferson Radaeski abordou o tema “Plantas visitadas pelas abelhas” – apresentou as diferentes plantas procuradas pelas abelhas sem ferrão e sua contribuição ao meio ambiente.
O evento ainda trouxe exposição de produtos como hidromel, caixas, enxames, meliprodutos e sorteios de prêmios.
O seminário reuniu cerca de 500 pessoas e é um dos maiores eventos sobre abelhas sem ferrão do Vale do Taquari. A região já conta com mais de 5 mil criadores, que produzem mel de alta qualidade e produtos terapêuticos.
A organização foi da Associação dos Meliponicultores do Vale do Taquari (Amevat), com apoio da Prefeitura de Teutônia, Colégio Teutônia e Emater.